O taxista que transportou Luan Barcelos Silva na mesma madrugada em que o suspeito diz ter assassinado três taxistas, em Porto Alegre, depôs na manhã desta segunda-feira na 3ª Delegacia de Homicídios da Polícia Civil de Porto Alegre.
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Há três anos na profissão, o homem afirmou que jamais desconfiaria de que havia carregado um assassino na madrugada do sábado, 30 de março. Pela ordem dos acontecimentos, ele poderia ter sido a segunda vítima do criminoso.
– Agradeço a Deus e ao meu colega por estar vivo – sentenciou.
Assista ao depoimento do taxista que sobreviveu:
O taxista, de 29 anos, que terá a identidade preservada também falou à imprensa. Segundo ele, foi somente a partir das imagens divulgadas pela polícia, neste domingo, que ficou sabendo que um dos passageiros transportados naquela madrugada era o autor confesso dos assassinatos.
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De acordo com o relato, ele estava parado no ponto de táxi em frente ao restaurante Feijão com Arroz, na Avenida Assis Brasil, na zona Norte da Capital. Foi quando Luan entrou e sentou-se no banco de trás do veículo. Um outro taxista, que estava no mesmo ponto, sugeriu que ele se sentasse no banco da frente. Luan acatou a sugestão, mas acabou deixando, no banco traseiro, a pasta em que carregava a arma.
O condutor perguntou qual seria o destino, mas o passageiro não lhe informou. De acordo com o taxista, foi neste momento em que se deu conta de que o jovem estava nervoso. Então parou o carro e perguntou-lhe se aquele local estava bom para ele. Luan consentiu, desceu do carro e pegou a pasta que estava no banco de trás. A corrida não passou de cinco minutos e custou cerca de R$ 10, informou o motorista.
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Quem é o assassino confesso
Luan Barcelos Silva é um jovem de classe média de 21 anos, nascido em Santana do Livramento e morador da Capital. Ele foi preso pela Polícia Civil em Porto Alegre, na tarde de sábado, no bairro Santa Cecília.
O depoimento dele, tomado pela polícia no sábado, surpreendeu delegados e a cúpula da Segurança Pública no Estado. Frio e calculista, o jovem revelou detalhes, ao longo de três horas e 30 minutos, como executava as vítimas com tiros na cabeça.
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– No interrogatório, sempre de forma fria, ele contou que mandava parar o carro, dava dois tiros na cabeça do taxista, retirava o corpo e só então pegava o dinheiro e o celular – contou Melina Bueno Corrêa, delegada da Delegacia de Homicídios que interrogou o assassino confesso.
Em GRÁFICO, veja o passo o passo de como foram os assassinatos dos motoristas em Santana do Livramento e Porto Alegre:

VÍDEOS:
Imagens divulgadas pela polícia mostram suspeito entrando em táxi de Porto Alegre na noite em que motoristas foram mortos:
Após crimes, taxistas passaram a conviver com o medo e a violência:
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