O nome de Júnior Negão é sempre lembrado pelos jogos de futebol de areia aos domingos de manhã. Agora, aos 50 anos, é coordenador técnico da seleção brasileira da modalidade na praia e tenta recolocá-la no caminho dos títulos mundiais — o que não conquista desde 2009.

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Quais são as principais diferenças do futebol de areia atualmente em relação ao teu tempo como jogador?

As equipes são mais competitivas. Antes, era o Brasil e mais três ou quatro equipes que eram profissionais. Treinávamos muito, e agora estamos voltando a treinar. Nos últimos anos, estava como técnico, mas praticamente não tinha jogo do Brasil. A seleção se reunia 10 dias antes de uma competição, não tinha jogo de clube. Agora, teremos a Copa Brasil em maio, tem seletivas regionais, aos poucos estamos caminhando. Joguei mais de 390 jogos na seleção. Hoje se joga pouco. A direção antiga da confederação pensava em ganhar dinheiro e quase fechou o esporte. Eles não conseguiram substituir Benjamin, outra galera, além dos mais velhos, como eu, Neném, Júnior, Zico. Tem que agir como esporte, treinar para poder descobrir jogadores.

Até 2009, o Brasil teve um domínio quase total na Copa do Mundo de futebol de areia. Este período de três Mundiais sem títulos tem a ver com esta falta de treinos e jogos?

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Com certeza. Digo isso porque nas duas últimas eu era o técnico. Tinha uma dificuldade enorme de fazer um time. A renovação foi dada pelo meu projeto no Vasco, tem vários garotos que começaram lá. Levamos jovens para a Copa passada sabendo dos riscos, mas agora o Brasil está se firmando e evoluindo. Tenho a expectativa que desta Copa (em 2017) não passa para nós. Hoje tem jogadores revelados. Há seis anos, não tínhamos esses jogadores.

Mudou o planejamento desde que a Copa passou a ser a cada dois anos?

Agora nós temos um trabalho maior. Vamos jogar dois amistosos importantes contra o Japão, vamos ter 10 dias de treinamento em São Luís, queremos fazer uma temporada na Europa em junho e julho. Estamos fazendo vários jogos amistosos, vamos disputar o Mundialito. Antes, o Brasil só estava jogando Copa e Eliminatória. Na minha época, o Brasil jogava ou tinha eventos a cada dois meses. Hoje você não ouve mais falar da seleção, e é isso que queremos mudar.

*ZHESPORTES