Os agentes penitenciários e socioeducativos de Joinville entram em greve a partir das 8 horas desta segunda-feira, pouco depois do início do movimento em âmbito estadual, marcado para zero hora.

Continua depois da publicidade

A paralisação é organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Estadual de Santa Catarina (Sintespe) e, em Joinville, tem expectativa de adesão de todos os 60 agentes com função operacional.

De acordo com o agente Fernando Gregório da Silva, representante da região Norte no movimento, todos os servidores vão comparecer ao serviço, e até quem está de folga será chamado, com o objetivo de reforçar a segurança do presídio, mas algumas atividades serão suspensas.

A decisão mais polêmica é a recusa de receber no presídio os presos vindos das delegacias. Em relação a esse ponto, o juiz titular da Vara de Execução Penal e corregedor de presídios da comarca de Joinville, João Marcos Buch, foi categórico.

Continua depois da publicidade

– Os presos não permanecerão na delegacia por tempo superior ao necessário para concluir o registro do flagrante. Caberá à Secretaria de Segurança Pública resolver a situação junto com a Secretaria de Justiça e Cidadania – afirmou o corregedor, que se encontra em Porto Alegre e ficará fora de Joinville por mais uma semana em inspeção da unidade prisional daquela cidade.

Buch afirmou que recebeu a informação oficial da greve e reforçou a ordem para sua assessoria garantir que a permanência não aconteça, com base na ordem de proibição, dada por ele no ano passado, quando até uma cela chegou a ser lacrada.

Sem visitas

Durante a paralisação que começa nesta segunda feira, também não haverá banho de sol, visitas e escoltas do presídio e da penitenciária ao Fórum. Mas os grevistas se comprometem a atender emergências médicas, manter a alimentação e a segurança da unidade.

Continua depois da publicidade

A opção de entrar em greve às 8 horas se deve ao fato de que nesse horário ocorre a troca de turno e os agentes querem garantir que as duas equipes estarão presentes à manifestação que ocorrerá em frente ao presídio nesse horário.

Na região Norte, os agentes de São Francisco do Sul, Barra Velha, Mafra, Canoinhas e Porto União devem aderir à paralisação a partir de terça-feira, informou o Sintespe.

O diretor do presídio de Joinville, Cristiano Teixeira da Silva, explicou que a unidade vai monitorar possíveis sinais de rebelião, e que sexta-feira se reuniu com os representantes sindicais para pedir que não houvesse transtorno dentro da unidade. Como o efetivo estará completo, Teixeira não acredita que haverá problemas internos de segurança e aguarda o início do movimento para avaliar a situação.

Continua depois da publicidade

O diretor do Departamento de Administração Prisional (Deap), Leandro Lima, afirmou que a entidade se manifestará somente nesta segunda, por meio da Secretaria de Justiça.

Plano de carreira

A categoria reivindica a revisão do plano de carreira. Um dos principais pontos da pauta é a criação de um adicional de 40% sobre os ganhos na aposentadoria. Atualmente, ao se aposentar, o agente tem uma redução de 40% no salário, forçando os profissionais a prolongarem o máximo que puderem o tempo na ativa.

Os profissionais também pedem a redução da escala de progressão na carreira.

– É preciso trabalhar 50 anos para chegar ao último nível da carreira, queremos reduzir esse tempo para 24 anos- explica Gregório.

Continua depois da publicidade