Além das denúncias de violência, presos de facção comandando crimes da cadeia, mais um impasse pode agravar a conturbada situação na Penitenciária de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis. Os agentes ameaçam fazer greve e paralisar serviços como atendimentos a visitas, advogados e escoltas a partir de quinta-feira.
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Os problemas começaram a ser sentidos nesta segunda-feira com advogados sendo barrados para visitar clientes, como aconteceu na Central de Triagem do Bairro Estreito, na Capital, conforme relatou à TV Com o presidente da Associação dos Advogados Criminalistas de Santa Catarina, Valdir Mendes.
A assessoria do governador Raimundo Colombo avaliou como inadequado o movimento dos agentes nesse momento e anunciou para os próximos dias a abertura de edital prevendo concurso público para a contratação de mais 300 agentes penitenciários em 2013.
A movimentação abrange agentes ligados ao Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Estadual de Santa Catarina (Sintespe). Após uma manifestação na frente da prisão, pela manhã desta segunda-feira, um grupo de funcionários começou a realizar operação padrão na cadeia, prejudicando serviços de atendimento a advogados e também deixando de conceder o banho de sol, em que os detentos são levados para o pátio.
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A principal reclamação, ressalta o Sintespe, é a falta de efetivo em São Pedro de Alcântara e nas demais unidades prisionais do Estado. Os dados do Sintespe mostram que há hoje 1,7 mil agentes e que o ideal seriam no mínimo 2,1 mil. A paralisação será votada em assembleia às 10h de quinta-feira, na sede do Sintespe.
Os agentes também estão descontentes com os resultados que começam a aparecer da investigação estadual sobre as denúncias de tortura na prisão: há fotografias e depoimentos colhidos por delegados da Polícia Civil e o Ministério Público apontando 9 presos com machucaduras sofridas no cárcere.
– São acusações sem processos concluídos de tortura e maus tratos que vêm sendo colocadas de forma irresponsável. São Pedro é uma panela de pressão. Por dia há oito a nove agentes de plantão cuidando de 1,2 mil presos – criticou Wolney Adilson da Rocha Chucre, diretor de Organização e Relações Sindicais do Sintespe.
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