Agente de trânsito de Itajaí suspeito de agressão fala sobre o caso

Agente da Coordenadoria de Trânsito de Itajaí (Codetran) há quatro anos, Jackson Nery Camra falou nesta segunda-feira ao Sol Diário sobre as agressões ocorridas na sexta-feira. Sem comentar as informações do órgão de trânsito, de que estaria afastado do trabalho nas ruas, o servidor diz que só agrediu o motoqueiro para tentar se defender, e afirma que está com a consciência tranquila.

O que aconteceu naquela noite?

Minha esposa estava parada na esquina, veio um motociclista e colidiu no carro dela. Ela ligou para mim, eu fui até o local e, no caminho, eu escutava ele falar para ela que não tinha habilitação. Cheguei ao local, ele me entregou os documentos e falei que ele não era habilitado para dirigir motos, e seria notificado por isso.

Ele questionou a multa e disse que não era obrigado a registrar boletim de ocorrência. Eu falei que ele estava com o hálito etílico e pedi que fizesse o teste do bafômetro, mas ele disse que não iria fazer. Falei que se não fizesse o teste, seria conduzido à delegacia e preso em flagrante por conduzir veículo embriagado.

Ele me deu as costas e foi até a motoneta. Falei que ele não poderia se retirar do local, que seria crime de desobediência, mas ele colocou o capacete e tentou sair. Quando segurei seu braço, ele revidou.

Revidou como?

Com uma cotovelada. Dei uma gravata nele porque estava me agredindo. Nisso vieram outras pessoas, me empurraram pelas costas, me puxaram pelo braço. Me encostei na parede e cuspiram no meu rosto, me chutaram e xingaram. Apareceu uma senhora, disse que me conhecia, que sabia que a motorista envolvida era minha mulher e então começaram a depredar meu carro particular, em que estava minha esposa e minha filha de um ano.

Minha esposa foi agredida, arrancada do carro. Minha filha ficou em estado de choque. Eu estou em estado de choque pelo que fizeram com a minha família. Me agrediram, e eu queria saber por quê.

A Codetran informou que você estava afastado do trabalho nas ruas. Isso é verdade?

Não vou me manifestar sobre isso.

Você se sente injustiçado?

Minha consciência está bem tranquila. Amassaram o porta-malas do meu carro, arrancaram a placa,quebraram o limpador de para-brisa, depredaram o veículo com minha filha dentro. Acabo de vir do médico, e estou com sequelas grave. O laudo médico sai esta semana, e vai ser provado o que fizeram.