A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou nesta quarta-feira a nota de risco do Bank of América em dois níveis, de “A2” para “Baa1”, devido à redução das possibilidades de receber uma ajuda do governo americano em caso de necessidade. O Wells Fargo também teve sua nota rebaixada pelos mesmos motivos, de “A1” a “A2”. Também nesta quarta-feira a Standard & Poor’s cortou as notas de quatro bancos italianos – um efeito da recente decisão da agência de rebaixar o rating soberano da Itália.
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Segundo a Moody’s, a redução da nota do Bank of America não reflete uma debilidade da qualidade intrínseca do crédito do banco. Em comunicado, a agência destacou que o governo provavelmente seguirá oferecendo um certo nível de apoio às instituições financeiras estruturalmente importantes, mas ponderou que “hoje em dia os riscos de contágio (entre bancos) são menores, por isso reduz-se a disposição do governo em oferecer ajuda”.
Ao mesmo tempo, a agência de classificação anunciou nesta quarta-feira que manterá a nota de longo prazo do Citigoup em A3 e que rebaixou em um nível, de Prime-1 a Prime-2, a nota de curto prazo.
A Moody’s justificou a decisão alegando também “uma redução na probabilidade de que o governo apoie o banco caso seja necessário, e uma melhora no perfil de crédito do banco”.
A redução da nota de curto prazo está ligada às “expectativas reduzidas de apoio sistêmico”. A Moody’s havia anunciado no início de junho que avaliava rebaixar as notas desses três bancos.
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Por meio de nota divulgada hoje, a S&P informou ter rebaixado o rating de crédito de longo prazo dos bancos Intesa Sanpaolo SpA e Mediobanca SpA de A+ para A, de forma a colocar as notas das instituições financeiras em linha com as do país.
Na segunda-feira, a S&P rebaixou o rating soberano da Itália também de A+ para A. Segundo a agência de classificação de risco de crédito, a paralisia política da coalizão de governo do primeiro-ministro Silvio Berlusconi tornou-se um obstáculo para a recuperação da economia do país.
A agência também rebaixou o rating de duas subsidiárias italianas do banco francês BNP Paribas, que detinha 20,8 bilhões de euros em títulos da dívida italiana em 30 de junho: a Findomestic Banca teve sua nota cortada de A+ para A e a Banca Nazionale del Lavoro teve as notas de longo e curto prazo rebaixadas de AA-/A-1+ para A+/A-1.
A S&P também colocou os quatro bancos rebaixados e outras 11 instituições financeiras, entre elas a UniCredit SpA, em perspectiva negativa, o que abre a possibilidade de novos rebaixamentos no futuro.
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Analistas observaram que os rebaixamentos eram inevitáveis, uma vez que o crédito corporativo, por convenção, não recebe nota superior ao rating soberano de um país.