O acordo fiscal fechado nos Estados Unidos não resolve o problema da dívida, avaliaram paralelamente nesta quarta-feira as agências de classificação de risco Moody’s e Standard and Poor’s (S&P). Segundo comunicado da Moody’s, o acordo entre democratas e republicanos “não dá nenhuma base para uma melhora significativa da razão de endividamento dos Estados Unidos a médio prazo e mais”. “O acordo de ontem não faz grande coisa para endireitar as finanças públicas para uma trajetória mais viável a médio prazo”, avaliou a S&P, em nota.
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O Congresso americano aprovou na terça-feira um acordo para evitar o abismo fiscal, uma medida de austeridade forçada, embora tenha adiado as decisões mais complexas sobre a fórmula para rebaixar o déficit público. Para a Moody’s, são necessárias outras medidas para cortar o déficit, e a agência avalia que estas serão “discutidas nos próximos meses” nas novas negociações entre as duas partes. A empresa lembrou que destas negociações dependerá a evolução da nota de crédito do país, que se mantém em “Aaa”, mas a agência advertiu em setembro que poderia baixar para “Aa1” na falta de um acordo no Congresso.
A S&P, por sua vez, que tinha reduzido a nota dos Estados Unidos para “AA+” (um degrau abaixo do máximo), depois que a falta de um acordo aproximou a data limite para terminar as negociações que permitem elevar o limite de endividamento em 2011, manteve sua avaliação. Segundo as últimas previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), a dívida soberana dos Estados Unidos deveria chegar a 107,2% do PIB em 2012, com uma projeção de que atingirá 114% em 2015.