Moradores do bairro Vila Nova que utilizam a agência dos Correios para fazer transações terão que mudar de destino. A filial, localizada na rua 15 de Novembro, na zona Oeste de Joinville, vai fechar as portas a partir do dia 1º de maio. O encerramento faz parte do projeto de contenção da crise financeira que a estatal atravessa.
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O plano de fusão das agências dos Correios ocorrerá em mais três cidades de Santa Catarina, entre os meses de abril e maio. De acordo com a diretoria regional dos Correios em SC, a medida é uma das alternativas para reverter o atual cenário econômico da empresa. Ela enfrenta a mais grave crise financeira da sua história. Estima-se que o balanço de 2016, ainda não concluído, apresente um prejuízo de R$ 2 bilhões.
Por meio deste projeto de fusão, a instituição busca tornar a rede de atendimento mais eficiente e organizar melhor os recursos técnicos e humanos, ocasionando ganhos reais. Outras medidas também foram seguidas para tentar reverter a crise, como a suspensão das férias de todos os funcionários pelo período de 12 meses e de horas extras e o Plano de Desligamento Incentivado (PDI), tendo como foco os colaboradores acima de 55 anos.
A filial da zona Oeste de Joinville realiza, em média, cem atendimentos por dia – desde emissão de objetos simples até o pagamento de contas e serviços aos clientes do Banco do Brasil. Estes serviços serão realocados para a central dos Correios na cidade, situada na rua Princesa Isabel, 394. Lá, a média é de 400 atendimentos por dia, e este número pode chegar a 525 no início do mês.
Surpresa para os usuários
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Ao longo do mês de abril, a agência do Vila Nova vai deixar de oferecer os serviços pouco a pouco até o fechamento total em maio. A intenção da estatal é minimizar os impactos aos clientes. A filial possui o Banco Postal, atuando como correspondente bancário do Banco do Brasil. No local é possível fazer abertura de contas, empréstimos, pagamento de benefícios e recebimento de contas.
A consumidora Claudete Back Meurer, 42 anos, recebeu com surpresa a informação de que a agência deixará de funcionar nos próximos meses.
– Vai fechar? Eu nem sabia! É uma tristeza para o nosso bairro – lamentou.
Claudete reside no Vila Nova há 20 anos. Ela conta que utiliza o estabelecimento com frequência para buscar as correspondências no próprio local, já que tem dificuldade para recebê-las em sua casa. Ter que se deslocar até o Centro da cidade para retirar as cartas não será tarefa fácil para a analista de sistemas.
– Nos horários em que eu posso ir ao Centro, sempre tem muito trânsito e demora demais o trajeto – comentou.
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Praticidade aos moradores
Ao todo, Joinville conta hoje com 13 agências dos Correios, cinco são próprias e oito são terceirizadas. Após a fusão, serão 12. A aposentada Hercilia Cavichioli, 53 anos, acredita que muitos moradores que usam os serviços da filial não sabem do encerramento. Para ela, os quase 25 mil habitantes do Vila Nova vão perder a praticidade em resolver pequenas situações do dia a dia sem sair de dentro do bairro.
– Dá para fazer várias transações aqui, até pagar as contas. Eu acho bem triste porque o atendimento é excelente, tanto na agência como dos carteiros. Os funcionários moram aqui no bairro e isso é bom para eles e para nós – ressaltou.
Segundo a assessoria de comunicação dos Correios, os três funcionários do local também serão transferidos para a rua Princesa Isabel. Além da variedade de transações, o local beneficia os moradores que não conseguem se deslocar facilmente aos bancos do Centro, por exemplo.
O casal Célia Schnaider e Expedito Teixeira foi de bicicleta para postar uma carta à família que mora no Nordeste do País. Nos próximos meses, o casal precisará pedalar oito quilômetros a mais para chegar até a agência mais próxima, no Centro.
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– É lamentável! Eu tenho a impressão de que o nosso bairro está ficando muito esquecido. As ruas estão cheias de buracos, está bem violento e agora perdemos essa agência – lamentou Expedito.
Além da cidade de Joinville, o projeto de fusão também será feito em aproximadamente 250 unidades de todo o Brasil, em municípios que tenham mais de 50 mil habitantes, conforme dados dos Correios.