A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) afirmou, na quarta-feira, que a ameaça de ataques terroristas no Brasil foi realmente postada por um membro do grupo Estado Islâmico. A mensagem foi publicada pelo Twitter uma semana após os atentados em Paris, em novembro de 2015, por um perfil que tinha como dono Maxime Hauchard, de 22 anos — terrorista francês que aparece decapitando sírios em vídeos do grupo.

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— Monitoramos e percebemos que o perfil realmente era do Maxime, um dos líderes do Estado Islâmico. A partir do momento da postagem houve uma maior intensidade nos discursos de agressividade dos autoproclamados seguidores do grupo terrorista no Brasil — afirmou o diretor de Contraterrorismo da agência, Luiz Alberto Sallaberry, na Feira Internacional de Segurança, que está sendo realizada no Rio de Janeiro.

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— Maxime é uma espécie de garoto-propaganda do Estado Islâmico. Saiu de um vilarejo no interior da França para a Síria, aos 18 anos, onde se integrou ao terrorismo. É o segundo na linha de comando de decapitadores e gosta de dizer que estar no grupo “é como estar no Éden” — descreveu o diretor a uma plateia de especialistas em segurança.

Segundo Sallaberry, no Brasil há um crescente nível de pessoas que dizem ter feito o juramento ao califado do Estado Islâmico, ou seja, concordantes com um grupo que deturpou os princípios da religião islâmica e utiliza a violência para expandir seu domínio territorial.

Os ataques dos chamados “lobos solitários”, pessoas que praticam ataques sozinhas, são a maior preocupação da agência para a Olimpíada no Rio de Janeiro. Dez delegações, entre elas dos Estados Unidos e Canadá, são classificadas pela agência com nível “muito alto” para ataques. O nível de ameaça da delegação brasileira é “alto”.

O monitoramento das redes sociais é uma das atividades da Abin para combater o terrorismo. Por razões de segurança, Sallaberry não divulga o número de pessoas que se dizem autoproclamadas e que são monitoradas.

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