A agência de classificação de risco Standard & Poor’s avalia que os riscos para o rebaixamento da nota de crédito do Brasil aumentaram desde a última revisão do rating, anunciada em 23 de março. A declaração está no relatório em que a S&P revisou a perspectiva do rating BBB- do Brasil para negativa, de estável.
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“Nós revisamos a perspectiva para negativa porque acreditamos que, apesar das mudanças de política atualmente em curso, que continuamos a acreditar que têm o apoio da presidente, os riscos para sua execução subiram. Em nossa visão, esses riscos derivam das frentes política e econômica”, diz a agência.
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Segundo a S&P, as investigações em curso do esquema de corrupção na Petrobras contra pessoas físicas e jurídicas de alto perfil – tanto do setor público quanto privado – levou a um aumento da incerteza política no curto prazo. “Estas investigações independentes são uma prova da estrutura institucional no Brasil, o que contrasta com a de outras economias emergentes”, pondera a agência.
A S&P também vê, no curto prazo, uma diminuição da coesão política no Congresso, o que pode causar um risco material para um eventual rebaixamento por causa da possibilidade de gerar “políticas ineficazes”.
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A agência lembra ainda que a dinâmica complexa entre o PT e o PMDB, que havia diminuído sob a coordenação política do vice-presidente Michel Temer, reapareceu. “Isso gera a perspectiva de apoio no Congresso um pouco menos consistente para aprovar as medidas necessárias de ajuste fiscal, até mesmo um pouco diluído, em comparação com o que já tínhamos observado e esperado no início deste ano”, afirma.
A S&P destaca ainda os desafios enfrentados pela presidente Dilma Rousseff para angariar apoio para a “correção de rumo na política” e uma “reviravolta na economia”. A agência diz ainda que não trabalha com um cenário base de impeachment de Dilma.
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*Estadão Conteúdo