O afundamento do solo pode diminuir após o rompimento de parte da mina 18 da Braskem em Maceió neste domingo (10). Segundo a Defesa Civil, o motivo é o preenchimento da cavidade com rocha e água da lagoa. No entanto, ainda não se sabe o tamanho da cratera aberta sob a água. As informações são do g1 Alagoas.

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Desde que o alerta de colapso foi emitido em 29 de novembro, toda a região foi evacuada. De acordo com Abelardo Nobre, coordenador da Defesa Civil Municipal, o rompimento ocorreu dentro do esperado.

— O teto da mina se rompeu e é justamente o local que havia sido delimitado pelos técnicos. É uma área que já estava desocupada. Não existe o risco de ser ampliado [o rompimento], pelo contrário, agora vai entrar em um ritmo de desaceleração — explicou Nobre em entrevista ao g1.

VÍDEO: Parte da mina da Braskem se rompe em Maceió e Defesa Civil monitora área afetada

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Ele complementa que não há risco de danos à população:

— Não há possibilidade, pelos dados que estão sendo demonstrados, de reação em cadeia, como se especulava. As outras minas continuam com a mesma pressão de antes. E os próprios sensores, na superfície, não mostram velocidade acelerada. Eles continuam na normalidade.

Esta mesma teoria é confirmada pelo professor Abel Galindo, engenheiro civil com mestrado em geotecnia pela UFPB.

— Terminou! Esse é o fim da novela da mina 18. A turbulência que pode ser vista é a água e o solo descendo. Eu imagino que a profundidade [do que cedeu] seja em torno de uns 150 metros. A mina acabou e está agora cheia de pedaços de rocha e pedra — diz.

Antes de ceder, a velocidade de movimentação do solo na área da mina 18 tinha desacelerado para 0,52 cm/h. Desde 30 de novembro, quando a medição passou a ser feita, o local tinha cedido 2,35 metros.

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A mina é uma das 35 que a Braskem mantinha na região para extração de sal-gema, minério usado na fabricação de soda cáustica e PVC, sendo que parte dela fica sob a lagoa Mundaú. Após o rompimento, técnicos da Defesa Civil e do Instituto do Meio Ambiente avaliam os impactos ao ecossistema.

— Agora, vamos continuar monitorando a área e avaliar os danos ambientais. Temos que reforçar também para as pessoas ficarem longe do local — salienta o coordenador da Defesa Civil de Maceió.

Uma das preocupações é com a salinização da lagoa e como isso afeta os organismos vivos que habitam o lugar, segundo o pesquisador e professor Emerson Soares, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Contudo, ele pondera que o impacto deve ser menor do que o provocado pela poluição na lagoa.

Desde que surgiram as primeiras rachaduras em casas e nas ruas por causa da mineração realizada na região pela Braskem, mais de 14 mil imóveis tiveram que ser evacuados em cinco bairros, afetando cerca de 60 mil pessoas em cinco anos. A mineração foi interrompida pela empresa no final de 2019 que, desde então, fazia o trabalho de fechamento das minas.

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