A Organização Não Governamental (ONG) AfroReggae decidiu neste sábado encerrar as atividades no Complexo do Alemão, zona norte do Rio, depois de sofrer ameaças de traficantes.

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O anúncio foi feito menos de uma semana depois do incêndio que destruiu a sede da ONG na comunidade. A ação ocorreu terça-feira e é investigado pela Polícia Civil.

O coordenador da organização, José Júnior, disse que foi informado das ameaças por um líder comunitário, que passou a mensagem do tráfico de drogas. A comunidade conta com uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).

Na opinião de Júnior, se o grupo decidisse permanecer os criminosos poderiam atacar a instituição com bombas, o que implicaria também riscos para os funcionários ou usuários dos projetos do AfroReggae.

– Recebemos ameaças de morte, disseram que ia matar a gente, pessoas inocentes, iam [jogar] bomba – revelou o coordenador.

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– A gente não pode colocar ninguém em risco, por isso, decidimos fechar as portas – completou.

Segundo ele, depois do aviso do líder comunitário, moradores do Alemão confirmaram as ameaças dos traficantes, o que deixou a instituição sem saída.

O AfroReggae está há 12 anos no Alemão onde atendia 350 jovens, com aulas de percussão, grafite, música e teatro, um esforço para manter jovens longe do tráfico de drogas e oferecer possibilidades de capacitação profissional e valorização.

Para a organização, o pastor Marcos Pereira, preso por estuprar fiéis, é um dos chefes do tráfico de drogas na favela e está por trás das ameaças e ataques ao AfroReggaes.

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– Ele é um dos líderes do crime no Rio – disse Júnior.