A rede de televisão independente TOLO, do Afeganistão, ganhou o prêmio da Agence France Presse (AFP) Kate Webb 2016 nesta quinta-feira pelo trabalho realizado em um dos países mais perigosos do mundo.
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O prêmio, em homenagem a uma repórter da AFP falecida em 2007, foi atribuído ao canal privado, do qual sete funcionários foram mortos em um ataque talibã em janeiro de 2016.
Este prêmio homenageia jornalistas que trabalham em condições difíceis e é chamado assim desde a morte de Webb, aos 64 anos, após uma longa carreira durante a qual cobriu guerras e outros conflitos, inclusive no Afeganistão.
O diretor do canal de televisão, Lotfulá Najafizada, de 29 anos, afirmou que 2016 foi um ano difícil, mas que se sentia honrado em receber o prêmio, entregue no Clube de Correspondentes Estrangeiros de Hong Kong.
“O prêmio para a TOLO news, onde os jornalistas trabalham duro todos os dias pela liberdade de imprensa em um ambiente difícil, é um reconhecimento internacional de que o jornalismo no Afeganistão importa”, disse Najafizada à AFP.
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“Estou muito orgulhoso dos meus colegas, comprometidos e muito dedicados, que dão suas vidas a isso. Eles optaram por ficar e informar o povo afegão”, acrescentou.
O canal TOLO é muito crítico dos grupos insurgentes do Afeganistão e seus jornalistas estão entre os poucos que arriscam suas vidas para relatar o que está acontecendo em seu país, devastado por conflitos.
O atentado suicida do Talibã, que afirmou agir por “vingança” contra aqueles que “espalham propaganda” contra a rede extremista e no qual sete jornalistas morreram, foi denunciado por grupos de defesa dos direitos humanos como um “crime de guerra”.
“Reconhecemos a TOLO news por seu trabalho contando corajosas histórias das pessoas do Afeganistão, um lugar que se torna cada vez mais hostil à imprensa”, declarou o diretor regional da AFP para a Ásia-Pacífico e diretor do júri do prêmio, Philippe Massonnet.
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