A Associação Florianopolitana de Deficientes Físicos (Aflodef) usou a rede social Facebook para denunciar a falta de acessibilidade dos parquímetros, aparelhos de cobrança do novo sistema da Zona Azul, instalados no último dia 24 na Capital. Segundo a Aflodef, a prefeitura simplesmente esqueceu dos cadeirantes.
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“Prefeitura de Florianópolis instala parquímetros inacessíveis por cadeirantes. Numa ação impensada todos os cadeirantes ficaram sem acesso aos parquímetros recém instalados na cidade” – diz a legenda da foto do advogado João Henrique Bergamasco divulgada no perfil da Aflodef.
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– Só estamos esperando o fim das instalações dos parquímetros para fazermos uma vistoria completa, a partir daí faremos um ofício pedindo as devidas providências da prefeitura. Caso a Aflodef não seja atendida, entraremos com denúncia no Ministério Público. Pela foto, dá para perceber que não há nem um acesso pro deficiente. É uma falta de respeito – avisa José Roberto Leal, presidente da Aflodef.
Em nota, a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana de Florianópolis avisa que “os deficientes físicos, que possuem carro e estacionam em vias e logradouros de sistema rotativo Zona Azul, não precisam efetuar o pagamento do serviço. É necessário apenas, que o condutor deixe no parabrisas do carro uma credencial, em acordo com a Resolução 304/2008 do Denatran, concedida pelo Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF), informando ser deficiente físico”.
Porém, o presidente a Aflodef ressalta que desde 2009 a prefeitura não chama a associação para acompanhar obras de restauração das ruas, um exemplo são os estacionamentos. Segundo Leal, a prefeitura está recapeando o asfalto e não está remarcando as vagas preferenciais, deixando cadeirantes e idosos sem locais apropriados para estacionar.
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– Muitos de nós têm esse credenciamento de deficiente físico, que abona o valor do estacionamento, mas, até então, ele só servia se estacionássemos em vagas próprias. A Zona Azul mostra agora uma novidade. Quero só ver! Mas ainda assim o problema continua, afinal, se a vaga não é própria para deficientes, será estreita demais para sairmos com a cadeira de rodas. Vou continuar lutando para que sejamos respeitados na condição de ir e vir – avalia o presidente.
O credenciamento pode ser adquirido na Aflodef, que encaminha os documentos necessários e faz a solicitação ao Ipuf. O veículo deve ser adaptado e estar no nome do deficiente físico.
O promotor Daniel Paladino está a par de toda a situação e garante que o Ministério Público irá lutar pela causa junto com Leal. Uma vistoria está marcada para abril, nos dias 25 e 26, para avaliar as condições dos locais públicos da Capital.
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– Estamos trabalhando junto com a Aflodef para garantir a acessibilidade no cidade. Não recebi ainda nenhuma denúncia sobre o parquímetro, mas com certeza vou fazer essa checagem, incluirei na vistoria, que já tem demais pontos sendo abordados. Caso esse ponto esteja fora do padrão de acessibilidade e seja necessário estar, vamos exigir da prefeitura essa mudança – garante o promotor.