O descompasso entre investimento e demanda pôs os aeroportos brasileiros na lista dos mais lotados do mundo. Nos últimos sete anos, com o avanço da economia e o acesso da classe média ao transporte aéreo, o movimento de passageiros nos terminais saltou 116%. Enquanto isso, o governo federal tropeçou na própria burocracia: conseguiu investir apenas 43% do volume destinado ao setor, de um total de R$ 6,7 bilhões.

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O resultado não poderia ser mais negativo. Na média, os aeroportos nacionais têm 15% mais passageiros por metro quadrado do que os da Europa; 29% mais que os dos Estados Unidos; e 35% mais que os da àsia, conforme dados da Coppe/UFRJ em estudo preparado em parceria com o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea). Até a Copa de 2014, quando a expectativa de crescimento da demanda deve alcançar 50%, essas diferenças podem se ampliar. Hoje, o Brasil tem 165 pessoas/ano por metro quadrado. Em 2014 serão 171.

– O Brasil está fora da tendência internacional que dá mais espaço para os passageiros – destaca o professor da Coppe/UFRJ, Elton Fernandes.

Segundo ele, o País está correndo atrás da demanda. Nem as obras em andamento serão suficientes para resolver a situação.

– A solução é investir não apenas na expansão, mas também em tecnologia da informação para reduzir os tempos de operação – avalia o professor.

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Entre os 16 aeroportos das cidades que vão abrigar os jogos da Copa do Mundo, o mais lotado é o de Cuiabá. São 391 passageiros/ano por metro quadrado. Em seguida, está o Aeroporto de Congonhas, com 300 passageiros/ano por metro quadrado. A situação do terminal paulistano deve se deteriorar até a realização do evento esportivo, apesar dos investimentos previstos. A expectativa é que o número de passageiros suba para 342. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.