Os próximos dias devem ser decisivos para dois aeroportos regionais de Santa Catarina. Em obras há mais de 10 anos, eles já consumiram R$ 88,5 milhões dos cofres públicos, mas ainda aguardam o momento de decolar. Os terminais de Correia Pinto, na Serra, e Jaguaruna, no Sul, ainda dependem de burocracia para começar a operar.
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Em Jaguaruna, cidade de 18 mil habitantes e localizada a 20 quilômetros de Tubarão, o processo está mais adiantado. Pronto para operar desde 2013, o Aeroporto Regional Sul Humberto Ghizzo Bortoluzzi aguarda há nove meses pela homologação junto à Aeronáutica e à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
A expectativa do governo do Estado e da RDL Aeroportos, empresa com sede em Florianópolis que administra o terminal, é de que a homologação saia ainda em março para que o empreendimento finalmente seja autorizado a começar a receber pousos e decolagens.
Quanto aos voos regulares, o secretário estadual da Infraestrutura, Valdir Cobalchini, diz que o governo deu as condições necessárias e tenta parcerias com a União por meio dos subsídios aos voos regionais, mas alerta que a busca por companhias aéreas deve ser uma mobilização das comunidades interessadas com o envolvimento das prefeituras e associações empresariais.
Já o diretor de Transportes da secretaria, José Carlos Müller Filho, lembra que, no caso de Jaguaruna, a RDL atua como interlocutora nessas negociações e desde outubro conversa com companhias aéreas. A RDL confirma as tratativas e adianta que TAM, Gol, Azul, Trip e Brava mostraram interesse em operar em Jaguaruna. TAM e Gol, as duas maiores do Brasil, teriam afirmado inclusive que já tinham conhecimento do terminal e estudam a região. Qualquer definição, porém, só ocorrerá a partir da homologação do aeroporto.
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Em Correia Pinto, acesso ainda não ficou pronto
O caso do Aeroporto Regional do Planalto Serrano, em Correia Pinto, cidade de 14 mil habitantes e localizada a 25 quilômetros de Lages, é um pouco mais complicado. O acesso à BR-116, que deve ficar pronto em quatro meses, a iluminação da pista, o estacionamento, a urbanização e instalações elétricas ainda precisam ser feitos.
Ainda em março, o governo do Estado lançará o edital para a compra dos instrumentos de navegação aérea, informatização do terminal de passageiros, guichês das companhias aéreas, mobiliário interno e cerca patrimonial padronizada de Correia Pinto.
O secretário Valdir Cobalchini garante que o cadastramento e homologação do terminal está prestes a ser pedido à Aeronáutica e à Anac, e ele acredita que o aeroporto da Serra pode começar a operar ainda este ano. A administração do terminal de Correia Pinto também deve ser terceirizada e, quanto à busca por companhias aéreas, também deve ser feita com o envolvimento das comunidades locais.
Empresários do Sul, da Serra e do Alto Vale do Itajaí estão confiantes com relação à viabilidade dos aeroportos de Jaguaruna e Correia Pinto. Na Serra a esperança também é grande, e a principal luta é por uma ligação aérea da região com São Paulo, inexistente há mais de 10 anos. O presidente da Associação Empresarial de Lages (Acil), Luiz Spuldaro, espera que a conclusão das obras em Correia Pinto e a definição de quem vai administrar o aeroporto ocorram o quanto antes para que se possa buscar as companhias aéreas interessadas em operar na cidade.
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Para o presidente da Associação Empresarial de Criciúma (Acic), César Smielevski, o aeroporto do Sul é vantajoso por não ter obstáculos naturais. Já o presidente da Associação Empresarial de Tubarão (Acit), Eduardo Silvério Nunes, é ainda mais otimista e acredita que o terminal pode resultar até mesmo na importação de turistas estrangeiros, o que provocaria um enorme desenvolvimento à região.