O Aeroporto Serafim Enosso Bertaso, em Chapecó, terá fechar de 15 a 60 dias para a reforma da pista, confirmou na quarta-feira o secretário municipal de Planejamento, Nemésio da Silva. O problema fez com que o terminal operasse com restrições desde o dia 1º de março.

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A interdição consta no plano operacional de obras e serviços, em análise na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Assim que a agência der o sinal verde, as obras começam. Os recursos, R$ 9 milhões do governo do Estado e R$ 2,6 milhões da prefeitura, já estão disponíveis. E a empresa que executará a reforma já foi definida por licitação.

A proposta encaminhada pela prefeitura, que administra o aeroporto, prevê duas etapas. A primeira envolverá os 500 metros da pista interditados pela Anac e vai durar 30 dias, sem a necessidade de fechamento.

A segunda etapa envolverá os 1.763 metros restantes, o que exigirá a interrupção de pousos e decolagens. O prazo solicitado à Anac para a conclusão desta fase é de 15 a 60 dias. O projeto prevê remover o piso atual da pista e fazer um novo, com drenagem para corrigir as infiltrações de água.

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A nova pista terá uma camada de 70 centímetros de asfalto, permitindo o pouso de aeronaves maiores, como o Airbus A320, utilizado pela Avianca, para 162 passageiros, e o Boeing 737-800, da Gol, com 184 lugares. Antes da restrição imposta pela Anac, a maior aeronave a pousar em Chapecó era o Boeing 737-700 da Gol, com 144 lugares. Atualmente, só podem operar aeronaves com até 72 lugares.

O aeroporto de Chapecó movimenta perto de 25 mil passageiros por mês. Antes da restrição, tinha a Gol e Avianca operando duas saídas e duas chegadas por dia para Florianópolis e São Paulo. Além disso, a Trip oferececia rotas diárias para Florianópolis e o interior do Paraná, e a NHT, para Curitiba. Desde então, a Avianca teve que suspender a operação em Chapecó. A partir de hoje, a Trip passa a oferecer novos voos charter para a Capital e, a partir do dia 18, a Azul começa a oferecer voos diários para Campinas (SP), o que deve ajudar a equilibrar a oferta e a demanda.

Cresce a procura por viagem de ônibus

Os problemas estruturais do terminal têm atrapalhado a vida dos passageiros. O casal Ricardo Bettanin e Lizandra Cornélis, que trabalha na Alemanha e veio passar férias com a família em Pinhalzinho, no Oeste, teve que pousar em Passo Fundo (RS) e viajar de van três horas até Chapecó. Muitos passageiros estão optando por viajar de carro e ônibus. A Reunidas, por exemplo, registrou um aumento de até 50% na procura de passagens para Florianópolis, segundo funcionários. A empresa até colocou um ônibus leito extra no fim de semana para atender à demanda.

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O município tem um projeto de novo terminal de passageiros, no valor superior a R$ 60 milhões, dando ao aeroporto um padrão internacional. Ele informou que a concessão do governo do Estado para o município termina em 2013 e a intenção da prefeitura é que ele passe às mãos da iniciativa privada via concessão.

Quase dois mil pela viagem para SP

A Gol fretou aeronaves da Passaredo para manter suas rotas, mas a redução de oferta fez disparar o valor das passagens. Na segunda-feira, um bilhete para a Capital no voo das 7h de sábado custava mais de R$ 1 mil.

Eduardo Damo, gerente de uma agência de viagens Big Golden Tour de Chapecó, disse que um cliente comprou uma passagem de ida para o mesmo trecho por R$ 1,2 mil esta semana. Na baixa temporada, lembrou ele, é possível ir para a Europa e voltar a Chapecó por R$ 2,2 mil. Além disso, Damo observou reajuste de 30% nas tarifas econômicas.

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– As passagens mais baratas saíam por R$ 140, R$ 150. Agora, estão custando em torno de R$ 230 – disse.

O empresário Cidnei Luiz Barozzi terá que desembolsar quase três vezes mais para ir a São Paulo. Ele tinha comprado uma passagem da Avianca no final de fevereiro para voar amanhã. Ida e volta sairiam R$ 600. Como a companhia não opera em Chapecó desde a restrição, teve que adquirir um bilhete da Gol por R$ 1,7 mil.

A companhia, via assessoria, afirmou que o preço médio das passagens reduziu, e existem tafiras promocionais a R$ 223. Mas reconhece que a oferta é proporcional ao número de assentos disponível.

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* Colaborou Juliano Zanotelli