Em lugares do Rio Grande do Sul onde não se chega por terra, a única opção é seguir pelo ar. Por isso, empresários de Blumenau decidiram unir forças em prol das vítimas das cheias no estado vizinho e levar, com as próprias aeronaves, mantimentos ao povo gaúcho. Entre os itens, remédios se tornaram a prioridade do grupo, justamente por ser um recurso leve e que ocupa pouco espaço no avião de pequeno ou médio porte. Para se ter uma ideia, em uma única viagem é possível transportar de 350 a 400 quilos de medicamentos.

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A ação teve início no último domingo (5), quando aeronaves particulares que ficam na FlyJet, no Aeroporto Quero-Quero, em Blumenau, começaram a decolar rumo ao Rio Grande do Sul. Atualmente, quatro helicópteros de empresários da cidade já estão no atuando no Estado vizinho para auxiliar na transporte de pacientes e medicamentos aos hospitais. Outros três aviões partem de Blumenau diariamente para levar mantimentos.

— E a gente também faz um apelo para quem tiver condições de ajudar com insulina além de remédios. Enfim, nós estamos dando prioridade nas aeronaves para isso porque não dá volume e nem tanto peso. Então a aeronave consegue chegar rápido sem correr o risco de vencer o medicamento — comenta o diretor da FlyJet, Andrey Tomazi.

Veja fotos da arrecadação

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As aeronaves seguem para cinco cidades gaúchas: Porto Alegre, Canoas, Bento Gonçalves, Garibaldi e Santa Cruz do Sul. Ao todo, cerca de três viagens são feitas por dia, segundo Tomazi, com cargas de até 400 quilos só em remédios. Isso significa que aproximadamente seis toneladas já foram transportadas ao estado vizinho até o momento.

Os medicamentos são adquiridos através de acordos entre empresários e farmácias que se uniram para ajudar o próximo. O diretor da FlyJet ressalta, porém, que outras doações como cestas básicas e água também são aceitas, já que caminhões fazem o transporte de mantimentos mais pesados. Qualquer pessoa pode levar os utensílios até a estrutura localizada na Rua Dr. Pedro Zimmermann, 4621, bairro Itoupava Central.

A seleção dos itens ocorre no hangar 1, anexo ao aeroporto. Os remédios passam por uma análise da equipe do Arcanjo, que ajuda a verificar se os medicamentos estão preservados.

— Não é só uma força-tarefa específica de Blumenau, mas sim de todo o Estado. É por uma causa humanitária e ela está muito forte. Muitos empresários tomaram a frente disso e, agora, estamos conseguindo ir onde realmente ninguém chegaria, porque tem muitas cidades que ainda não têm acesso, só de helicóptero — ressalta.

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Por isso, ainda não se sabe quando a ação chegará ao fim. Sem prazo para acabar, ela permanece à disposição dos gaúchos o tempo que for necessário.

Como ajudar o RS

Os catarinenses podem ajudar os moradores afetados pela chuva que atingem o estado gaúcho através de doações via Pix ou em pontos de coleta. Veja a lista neste link.

*Sob supervisão de Bianca Bertoli

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