Em meio ao crescimento das discussões sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff no Congresso e os avanços da crise econômica, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), dará início a uma série de viagens pelo país, que será pautada pelas críticas à atuação do governo e do PT no campo da área social. O giro pelo país está programado para ter início no próximo mês de maio e será definido no seminário do partido marcado para esta quinta-feira, em Brasília.

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— Vamos mostrar de forma clara neste seminário que fracassou a visão do PT de que a carência social apenas se dá pelo viés da privação da renda. Existem outras variáveis que não foram minimamente tratada pelo PT — ressaltou Aécio Neves à reportagem.

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Para embasar o discurso contra o governo no campo social, os tucanos vão apresentar no encontro de quinta-feira dados levantados pelo Instituto Teotônio Vilela (ITV), órgão de estudos do PSDB, extraídos do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) de áreas como Saúde, Educação, Segurança Pública, Saneamento, Habitação e Reforma Agrária.

No campo da saúde, o documento traz, por exemplo, a informação de que nos últimos quatro anos dos R$ 47 bilhões reservados para investimentos no Orçamento Geral da União, apenas R$ 22,8 bilhões (48%) foram efetivamente aplicados. “Ou seja, mais da metade do que foi colocado à disposição do governo federal nos últimos cinco anos para a melhoria do atendimento público de saúde prestado aos cidadãos brasileiros foi perdido”, diz trecho do levantamento.

O documento também traz dados de investimentos em programas como o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), considerado como uma as “vitrines eleitorais” do atual governo. “Pronatec teve seu orçamento para este ano cortado em 54%. A dotação de 2016 foi a menor desde que o programa foi implantado, em 2013. O valor caiu de R$ 4,6 bilhões em 2015 para os R$ 2,1 bilhões atuais”, diz o documento.

Eleições

Além dos dados referente aos investimentos do governo em áreas estratégicas, o encontro do PSDB também servirá de palco para a apresentação de um “cardápio” de sugestões de projetos que deverão ser encampados pelos candidatos tucanos durante a campanha pelo comando das principais prefeituras, prevista para outubro.

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— Quero incluir muito nas eleições municipais o discurso social como uma marca do PSDB. Não é um trabalho simples, mas estamos dando a largada nele — ressaltou Aécio Neves. — Precisamos quebrar esse estigma que o PSDB é um partido só da questão fiscal e econômica. Vamos chamar o PT para dançar no campo social — emendou.

O rol de sugestões inclui a criação de um “crédito social”, que teria como finalidade servir como um “porta de saída” para os cidadãos que recebem recursos do Bolsa Família. O tema fez parte das discussões internas do PSDB na última campanha presidencial. O programa de crédito seria voltado para jovens e adultos que estejam no Bolsa Família e sem emprego formal há pelos menos de três anos, ou sem qualquer tipo de geração de renda por mais de um ano.

O cardápio elaborado pela cúpula do PSDB também sugere a criação de vagas para “Agentes do Trabalho”, profissionais que circulariam pelas cidades com objetivo de identificar as pessoas que estão à procura de um emprego.

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*Estadão Conteúdo