A condenação dos primeiros seis réus da operação Leite Compen$ado se deu nesta quinta-feira. As penas para o núcleo de operação que funcionava em Ibirubá, no norte do Estado, podem chegar a até 18 anos e seis meses de prisão, além de multas diárias. Nesta sexta-feira, os advogados de defesa dos seis fraudadores reclamaram da divulgação da sentença à imprensa antes de serem informados oficialmente. Os defensores também afirmaram que devem recorrer da condenação.
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Confira o que dizem os advogados de defesa dos primeiros seis condenados na operação Leite Compen$ado:
Paulo Cesar Garcia Rosado, advogado de Daniel Riet Villanova
“O que posso dizer, naturalmente, é que o Daniel vai recorrer dessa sentença absurda, completamente divorciada da realidade. Como nós dissemos desde o início, é uma decisão completamente fora de propósito. Na verdade, a sentença reflete a forma como foi conduzido o processo. A condução, como um todo, foi, ao nosso ver, imprópria. Não foram valoradas as provas que efetivamente foram produzidas (pela defesa). Por outro lado, as provas e as alegações do Ministério Público, que não tinham base fática consistente, essas, sim, foram consideradas. Quer dizer, o promotor alegou uma coisa durante a denúncia, não conseguiu provar durante a instrução. As alegações do MP, ao que parece, foram o que serviu de base.”
Robespierre Trindade, advogado de Alexandre Caponi
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“Só sabemos informalmente. Vamos interpor o recurso da apelação, porque acreditamos que o tribunal vai reformar essa sentença, temos muita esperança. A opinião da defesa é de que há documentos que provam que Alexandre cedia o veículo no qual foi constatada a eventual fraude. Acredito que a pena não se sustenta.”
Diogo Bandarro Nogueira, advogado de Írio Marx
“Infelizmente, acho que o promotor Mauro foi muito infeliz em disponibilizar o teor da sentença para a imprensa. Não tenho acesso a nada. Fui no fórum e me falaram que não poderiam me passar e só o Ministério Público estaria sabendo. Daí, ele pegou e ligou para a imprensa. Entendo que os réus e as famílias estão sofrendo um linchamento midiático. Estou curioso para saber o teor da sentença, e onde que o doutor Ralph (Moraes Langanke, juiz que proferiu a sentença) fundamentou a condenação do meu cliente. Desde o começo, meu cliente teve de provar que foi inocente, ao invés de o promotor Mauro provar que ele era culpado. Foram juntadas as notas de produtor rural, o contrato da terra que ele comprou 2009, quando ele começou a atividade, ou seja, estava justificada a presença da ureia. O promotor em nenhum momento disse “você pegou a ureia e deu para alguém colocar em leite”, nunca. Ele não teria como provar isso. Eu fico um pouquinho chateado com toda sentença, mas nem vi ela ainda. Estou curioso para ver. Vamos recorrer, né. Não concordamos.”
Tiago Trevisan Jost, advogado de Angelica Caponi Marx e João Cristiano Pranke Marx
“Vamos recorrer da decisão, é o que eu posso informar no momento. Na verdade, num primeiro momento, não posso falar com maiores detalhes, porque a gente não teve acesso ao processo.”
Evandro Zuch, advogado de Paulo César Chiesa
“Vou fazer um recurso. Não tive acesso ainda à íntegra, só vi a pena do meu cliente. Vou analisar a sentença. Em relação ao Paulo César, não foi reconhecida a alteração do leite, só formação de quadrilha e não há elementos que sustentem essa acusação, de jeito nenhum.”
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Entenda como funcionava a fraude: