O advogado Felisberto Odilón Córdova foi ouvido nesta sexta-feira em audiência no Tribunal de Justiça de Santa Catarina pela denúncia contra o desembargador Eduardo Gallo, por pedir propina de R$ 700 mil. O desembargador nega as acusações.

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Foram ouvidos também os juízes Pedro Aujor Furtado e Ricardo Andrade, bem como o advogado Rafael Peliciolli Nunes, sócio de Córdova.

Segundo o TJSC, esse foi um procedimento preliminar para apurar as acusações. Ainda serão ouvidas outras testemunhas, em audiências cujas datas ainda serão definidas. O desembargador Leopoldo Augusto Brüggemann é responsável pela investigação.

A Procuradoria Geral da República (PGR) também pediu para que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) investigue o desembargador Eduardo Gallo por violência contra duas mulheres, uma ex-mulher e uma motorista.

Relembre o caso

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No dia 3 de agosto, após o voto contrário do desembargador Eduardo Gallo durante a sessão sobre uma ação de mais de 50 anos, na qual Córdova representa a si mesmo, o advogado afirmou, em sua sustentação oral, que o julgamento era “comprado”.

Toda a confusão foi registrada em vídeo por meio de um telefone celular, na qual Códova declara: “Eu estou fazendo uma denúncia. Esse cidadão foi abordado com uma proposta que veio do Rio de Janeiro, para receber R$ 500 mil, R$ 250 mil antes, R$ 250 mil depois, e o descarado [Gallo] chegou a mandar para o nosso escritório, que poderíamos cobrir isso por R$ 700 mil”.

O desembargador pediu ao juiz providências e a sessão foi interrompida. “Eu não vou admitir que um advogado me chame de vagabundo e Vossa Excelência não tome providências. Eu nunca passei por isso na minha vida, eu tenho 25 anos de magistratura. Eu requeiro a prisão do advogado”, disse o desembargador ao presidente da Câmara após a saída de Córdova.

“Meu cliente não recebeu nenhuma propina, não solicitou nenhuma propina, não recebeu nenhuma oferta de propina”, disse o advogado Nilton Macedo Machado. Já Córdova reafirmou suas acusações. “Não foi um ato impulsivo, foi uma constatação. A minha constatação de que tudo isso deveria ser verdadeiro estaria em função da maneira que ele julgasse a causa. Não que tivesse que julgar ao meu favor, mas que trouxesse um voto idoneamente técnico”, disse o advogado.

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A decisão de primeiro grau é no valor de R$ 35 milhões. O escritório de Córdova requer honorários advocatícios. O voto do relator Gallo foi contrário à decisão de primeiro grau, ou seja, contra o escritório de advocacia.

Com informações do G1 SC.