A imprensa e as redes sociais têm noticiado e comentado, cada uma a seu modo, acerca do projeto (?) de alguns áulicos do poder e pragmáticos próceres do PSD, PMDB e PP, de se coligarem na chapa majoritária para reeleger Raimundo Colombo como governador do Estado no pleito vindouro. Tal engenharia política vem sendo admitida por parte daqueles que há pouco mais de 30 anos entoavam a plenos pulmões o refrão “se gritar pega ladrão não fica um, meu irmão”. Isso ocorreu na eleição majoritária e proporcional de 1982, quando o grupo que estava no poder era acusado de corroer as finanças e o patrimônio estadual, a exemplo do Besc – que só não veio a falir tecnicamente anos depois, porque a sociedade brasileira o adquiriu por intermédio do BB.
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Hoje, ao que parece, apesar do pouco tempo transcorrido, e a pretexto de viabilizar projeto político, se passa a ler e a ouvir, que o que era pernicioso agora pode ser depurado e aceito pelo interesse continuísta. Será que os valores morais de ontem não são mais os mesmos de hoje, ou será que o indigerível pragmatismo foi capaz de apagar as imagens gravadas no retrovisor dos que sofreram e lutaram para modificar as práticas gestadas no ventre da ditadura e a se livrarem do garrote cívico que foi desatado com o advento da Nova República?
Tenham vergonha senhores peemedebistas que apoiam essa casuística ideia. Não deixem mais este infeliz legado de insensatez política para os já desacreditados eleitores e para as gerações futuras. Já é hora de trabalharem por Santa Catarina e não apenas para satisfação de interesses pessoais. Bom senso nunca é demais. Nesta fase que precede ao exercício do mais lídimo direito da cidadania, vale refletir sobre este pensamento: “Quando tudo parece fazer sentido vale a pena olhar de outro ângulo”.