Acredito que pelo menos 25% dos homens e mulheres não sabem ao certo o que querem de suas vidas. Internalizam, por isso, um sentimento de revolta, desespero e profunda solidão para com seu espírito, no viés da escassez pálida de medidas urgentes e se não já tardias que deveriam ter feito.

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A cada dia observo em suas atitudes a falsa percepção da realidade que os domina. Não critico os sonhos, as fantasias ou principalmente a esperança, mas sim a inércia diante dos confrontos e pedras advindas com a experiência. Certa vez ouvi uma mensagem valiosa do jurista Luiz Flávio Gomes: “Você prefere ser inteligente ou esforçado? Presumo que o inteligente, ou melhor, a distorção imaginária daquela pessoa que se acha inteligente o faz acreditar só no talento, no dom divino recebido e nessa “falsa percepção de realidade”. Não sabe e talvez nunca vai saber se reerguer quando um obstáculo o solda.

Em contrapartida há o esforçado, que nunca recebeu muitos incentivos alheios de que fosse o especial da turma, ou o rapaz de família milionária que os problemas seriam facilmente resolvidos, percebendo desde cedo que a batalha e aquelas “pedras” nada mais eram que uma subdivisão sinonímia do sucesso. Que a frustração era a transmissão inerente de que as coisas existem para testar o seu limite e ver até onde você pode aguentar e seguir em frente. Logo, considero que aquele sentimento de revolta, desespero ou agonia que caracteriza um quarto dessas pessoas seja o reflexo implícito da falsa percepção de realidade em acreditar que são inteligentes suficientes para não se darem o trabalho da batalha árdua, de manter a vontade de estudar como se fosse o ar que respiram. Por fim, a cruel e verdadeira vida os dominam, os fazem de palhaços e dizem por fim: Só retribuo o belo de mim a quem se presta a fazer o mesmo.