Em Santa Catarina atingimos um percentual de matrículas no ensino superior muito acima da média nacional. Enquanto o Brasil patina nos 14% de jovens entre 18 e 24 anos na universidade, nosso Estado ostenta invejáveis 27% (números ainda inferiores aos da Argentina e México entre outros países). Um dos motivos centrais do índice diferenciado é a política de financiamento de alunos no ensino superior pago (faculdades e universidades fundacionais e privadas), por programas de bolsas de estudo estaduais (previstas pelos artigos 170 e 171 da Constituição de SC) e Fundo Social. Mais de 20 mil alunos dispõem de bolsas de estudo integrais e parciais.

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Mas uma questão nos chama a atenção. Ocorre em nosso Estado uma terrível discriminação: os alunos matriculados na modalidade de Educação a Distância (EaD) são excluídos de todos esses programas. São mais de 50 mil acadêmicos que contribuem para o desenvolvimento catarinense e mesmo quando se encontram em grave dificuldade financeira não podem solicitar uma ajuda do governo do Estado porque são alunos de EaD. Procurado pela Associação Catarinense dos Estudantes em Educação a Distância (ACE-EaD), assumi o compromisso de buscar judicialmente o tratamento isonômico. Esta modalidade conta atualmente com mais de um milhão de brasileiros cursando o nível superior.

A qualidade é cada dia melhor, os alunos vêm se destacando nos concursos e exames de avaliação, os cursos são autorizados e reconhecidos pelo MEC (órgão regulador) e o diploma não diferencia EaD de curso presencial. Portanto, não faz o menor sentido que esses alunos e alunas sejam alijados do seu justo direito. Com o apoio dos estudantes, da sua associação e de toda a sociedade, lutaremos pelo fim dessa exclusão e para assegurar justiça a todos os alunos, independentemente da modalidade de ensino.