O advogado de defesa de Milton Zanghellini Ruckl, motorista que se envolveu em um acidente em São Bento do Sul no qual morreram cinco pessoas no último sábado, deve pedir liberdade do suspeito ainda nesta quarta-feira.
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– Nós vamos protocolar o pedido de liberdade na 3ª Vara Criminal de São Bento ainda hoje. Caso haja a recusa por parte deles, entraremos com um pedido de Habeas Corpus. Não há motivos para ele ficar preso nesse momento – explicou Arao dos Santos.
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Na última terça-feira, Milton se apresentou à polícia. Ele tinha prisão preventiva decretada pela 3ª Vara Criminal de São Bento do Sul desde segunda. A Polícia Civil tem dez dias para concluir o inquérito sobre o acidente. Segundo o delegado Odair Sobreira, a polícia aguarda os laudos da perícia do local do acidente, dos veículos e também dos exames nas vítimas.
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Depois da conclusão do inquérito, cabe ao Poder Judiciário e ao Ministério Público analisar se ele deve ser julgado pelo crime de homicídio doloso, quando se assume o risco de matar. Nesse caso, Milton pode ir a júri popular ao fim do processo judicial e, se condenado, pegar de seis a 20 anos de prisão.
– O poder judiciário já sinalizou que tem o mesmo entendimento da polícia em relação ao crime, tanto que pediu a prisão preventiva dele -, afirma o delegado Odair Sabreira.
Acidente de trânsito em 2000
Milton Zanghellini Ruckl foi condenado pela Justiça do Paraná, em um processo cível, a pagar R$ 130 mil de indenização à família de uma vítima morta em um acidente em que ele se envolveu em dezembro de 2000. Ele apelou contra a sentença por anos, mas depois entrou em acordo com a família da vítima e o processo foi encerrado. Segundo o advogado de defesa, Arao dos Santos, esse fato não deve ser avaliado nesse novo processo.
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– Aquela era uma outra situação e já foi analisada pela justiça, inclusive ele não foi condenado criminalmente. O acidente de agora deve ser analisado concretamente, sem relações com o anterior – diz.
O acidente em que Milton se envolveu em 2000 deve ser considerado durante o inquérito da Polícia Civil e no processo do Poder Judiciário. Na avaliação do delegado Odair Sobreira, o fato pode ser um indicativo de que a pessoa seja um perigo no trânsito.
– Isso serve para analisarmos a personalidade e a conduta social do motorista -, explica.