A liberdade em habeas-corpus concedida pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina a um condenado a 29 anos de prisão por assassinato, tentativa de homicídio e formação de quadrilha foi bastante criticada pelo Ministério Público, que irá recorrer.

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Nelson de Oliveira Júnior, o Buca, havia sido condenado pelo Tribunal do Júri no dia 23 de outubro pela morte de Rudinei de Moraes com outros dois homens, também condenados. Conforme o MP, eles invadiram a casa das vítimas, no Morro do 25, em 2004.

Em nota divulgada, o MP afirma que os pareceres sobre o réu destacavam a sua periculosidade e que na sessão do julgamento Nelson teria feito ameaças ao juiz, jurados e outros presentes.

O coordenador do Centro de Apoio Operacional Criminal do MPSC, o promotor de Justiça Onofre José Carvalho Agostini, criticou a decisão e disse estar indignado com ela, em uma entrevista dada nesta sexta. Para ele, é impressionante o descompromisso de segmentos do Judiciário com a realidade criminal.

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Em resposta à entrevista, o advogado de Nelson, Francisco Campos Ferreira, disse que o promotor desconhece o processo e por isso não deveria opinar sobre. Ele considerou a reação de Agostini uma agressão ao poder judiciário.

O advogado ainda garantiu que em momento algum Nelson fez ameaças durante o julgamento.

– Ele fez um clamor por justiça. Ele reagiu sentindo-se injustiçado, clamando: justiça, justiça e justiça. Onofre nem estava lá.

Ferreira reafirmou que seu cliente é inocente e disse que a própria viúva de Rudinei descreveu o assassino do marido como um homem negro, sendo que Nelson é branco.

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Sobre a possibilidade de seu cliente fugir, o advogado disse que Nelson tem residência fixa e carteira de trabalho assinada e quem não quer ser encontrado não cria esse tipo vínculo.