O advogado Paulo Cunha Bueno, que defende Jair Bolsonaro, diz que o ex-presidente ficará em silêncio ao depor nesta quarta (3) na Polícia Federal. Ele foi intimado para responder a perguntas dos policiais às 10 horas.

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— Bolsonaro vai exercer o direito de ficar calado — afirma o advogado.

Segundo Cunha Bueno, o ex-presidente está sendo “coagido a ficar quieto” pelo absurdo de a Polícia Federal executar uma ordem de busca e apreensão na casa dele às 7h e, na sequência, marcar um depoimento para menos de três horas depois, sem que os advogados tenham tido acesso aos autos.

— Eu sou um advogado que raramente orienta um cliente a fazer uso do direito que todos têm ao silêncio. Mas querer botar calor, não deixar que a defesa conheça os autos antes de a pessoa depor, não nos deixa outra opção — afirma.

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PF faz buscas na casa de Bolsonaro em operação contra dados falsos de vacinação contra a Covid

Cunha Bueno questiona a própria operação, já que os fatos investigados não seriam contemporâneos, como exige a lei para que uma busca seja realizada.

Bolsonaro sofreu uma ação de busca e apreensão em sua casa, em Brasília. Auxiliares dele, como o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, foram presos.

A operação foi deflagrada por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, no âmbito do inquérito que investiga milícias digitais. Ela foi motivada por indícios de que dados de vacinação do ex-presidente no SUS teriam sido fraudados para incluir o registro de imunização contra a Covid-19 para que ele pudesse entrar nos EUA no fim do ano passado. Bolsonaro sempre afirmou que nunca tomou vacina.

*Por Mônica Bergamo, de São Paulo, para Folhapress

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