” Primeiro proponho uma reflexão sobre a palavra “político”, no sentido mais amplo, como exercício nas relações interpessoais vislumbrando a persuasão para o alcance de um interesse. Muito falou-se sobre a polêmica PEC 37. Rejeitada, infelizmente não houve uma reflexão mais aprofundada sobre o tema que trouxe benefício classista. Por que não vimos a repercussão efetivamente dos benefícios à coletividade?
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Ora, se o ente ministerial merece tanto poder, qual então o motivo de não adotarmos o modelo anglo-saxônico e centralizar as ações principalmente investigativas e criminais ao Ministério Público (MP) e tudo partir de sua delegação?
Efetivamente é prerrogativa do MP a fiscalização dos gastos públicos, mas qual a motivação que deixou o ente ministerial de fiscalizar os gastos públicos com a Copa?
Gastos de bilhões não detêm tanto interesse quanto enxovalhar delegados de polícia e mostrar que o MP é essencial. Mas esquecem que a manobra para galgarem seus objetivos deixa transparecer que menos de10% dos delegados sofrem investigação ou mesmo são punidos/exonerados, muito embora se crie temor e desconfiança frente à instituição.
Quem fiscaliza o MP senão o próprio ente ministerial? Pior é que outra PEC, agora a de número 75, também aguarda votação. Tal PEC prevê a exoneração de membros do MP após o devido processo legal dos que exercem a profissão em desacordo à conduta que é sua obrigação, seu dever e sua prerrogativa. Hoje o que ocorre é a “aposentadoria forçada” por negligência ou erro, sem nenhuma sanção coercitiva.
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Está na hora de começarmos a refletir antes de levantarmos bandeiras e tomarmos decisões, visto que todas as informações estão intrínsecas de juízo de valor. Analise, reflita, opine. Exercite o seu dever.“