Dezesseis pessoas e seis empresas foram condenadas pelo juiz Marcelo Krás Borges, da 6ª Vara Federal de Florianópolis, por crimes contra o meio ambiente e a administração pública. A decisão se refere às suspeitas apontadas pela Operação Moeda Verde, deflagrada há dez anos pela Polícia Federal.
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Entre os réus, estão ex-vereadores e servidores públicos, além de empresários. A maior das penas aplicadas (de 28 anos de reclusão em regime fechado e pagamento de multa) foi para Péricles Drück, fundador e presidente do grupo Habitasul – responsável pelo projeto imobiliário de Jurerê Internacional, um dos bairros mais badalados e caros da capital catarinense.
Segundo a investigação, a Habitasul possuía uma rede de contatos para conseguir liberações ambientais de forma irregular, para a construção dos empreendimentos. Para obter estas autorizações, a empresa subornava servidores públicos – funcionários de órgãos municipais e estaduais envolvidos no esquema. Outros representantes da empresa também foram condenados em primeira instância. Ainda cabe recurso.
Na sentença divulgada nesta quarta-feira (21), também está prevista a demolição de um resort e de cinco beach clubs – os famosos estabelecimentos à beira da praia. O advogado Antônio Tovo, que representa o grupo Habitasul, diz que recebeu a notícia “com surpresa”, e que deverá recorrer da decisão.
– São aparelhos urbanos (os beach clubs) que estão na área há mais de 30 anos – declarou Tovo.
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Além dos crimes ambientais, as sentenças também apontam corrupção ativa, corrupção passiva e associação criminosa. Advogados que representam outros réus neste processo disseram que deverão se inteirar da situação para saber como vão recorrer da decisão judicial.
Ouça a reportagem de Leandro Lessa: