A Polícia Civil de Jaraguá do Sul cumpriu mandados de busca e apreensão, quatro de prisão – três preventivas e uma temporária e três de condução coercitiva. A operação realizada na manhã desta sexta-feira teve como um dos alvos um advogado criminalista, de 43 anos, que atua na cidade e região.
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As investigações começaram em março deste ano, após roubo a um casal na saída de um banco. À época, um casal recebeu na agência bancária o pagamento pela venda um terreno. Enquanto os dois se encaminhavam para casa foram abordados por assaltantes, que levaram a quantia de R$115 mil em dinheiro.
— Durante as oitivas das testemunhas foi apurado que essa vítima seria primo de um advogado aqui de Jaraguá do Sul, que estariam vendendo o terreno em conjunto e ele seria a única pessoa a ter conhecimento o dia e horário do pagamento pelo terreno — explica o delegado Eric Issao Uratani, responsável pelo caso.
A partir disso, a polícia começou a apurar o possível envolvimento do advogado com o roubo. Durante as investigações, foi constatado que o homem receberia, no mesmo dia e local onde estava o casal, metade do valor da venda. Entretanto, preferiu obter a quantia em outra ocasião. Outras pessoas também foram identificadas como suspeitas durante as apurações. Além disso, o assalto ocorrido em março teria relação com uma organização criminosa que atua nos presídios de Santa Catarina.
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— Aprofundando a investigação, nós confirmamos que a participação do advogado no auxílio à facção, não só prestando serviços jurídicos inerentes a profissão, mas atividades ilícitas, como o ingresso de celulares e drogas nos presídios — garante o delegado.
O advogado também coordenaria algumas atividades fora das unidades carcerárias, como troca de informações entre integrantes, repasse de ‘salve’ da organização criminosa (para execução de atentados ou outras atividades ilícitas), cobrança de dívidas e ainda a prática de tráfico de drogas.
Além da casa do advogado, a Polícia Civil cumpriu mandado em outros endereços. Durante o cumprimento foram encontradas porções de maconha, crack e cocaína, uma arma sem registro, quantias em dinheiro e balanças de precisão. O advogado de defesa do criminalista foi procurado pela reportagem para comentar sobre o caso, mas informou que só irá se pronunciar após ter acesso ao inquérito policial.
A operação, intitulada Themis, faz alusão à deusa da Justiça e iniciou às 5 horas da manhã desta sexta-feira, envolvendo cerca de 40 policiais civis e dois militares do Canil da Polícia Militar (PM).
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