A defesa do ex-deputado federal catarinense Nelson Goetten (PR), 55 anos, fará um novo pedido esta semana à Justiça de Itapema para colocar o político em liberdade. Na terça-feira, o Tribunal de Justiça de SC mandou soltar a vendedora de lingeries Cristiane do Carmo Alves Paes, 28, que estava presa suspeita de ser aliciadora de adolescentes para orgias com Goetten.
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O advogado Roberto Brasil Fernandes, defensor de Goetten e Cristiane, disse que obteve a soltura da vendedora num habeas corpus. Segundo o advogado, com o fim da fase de instrução do processo, desembargadores do TJ entenderam que a prisão de Cristiane era ilegal e determinaram a soltura. Ela estava presa desde maio do ano passado, em Itapema, acusada pelo Ministério Público de favorecimento à prostituição.
Como o processo está em segredo de Justiça, o advogado não quis dar mais detalhes. Brasil afirmou que vai pedir novamente à juíza de Itapema a soltura de Goetten. Ele acredita numa decisão favorável ao seu cliente ainda nos próximos dias.
Goetten está preso há oito meses. O motivo foi um inquérito da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) no qual figurou como suspeito de dois estupros de uma adolescente de 14 anos, em 2099 e 2010, e de exploração sexual de menores. Além dele, haviam sido presos por policiais civis o instrutor de fanfarras Gilberto Orsi, o Beto, que permanece na cadeia, e a vendedora Cristiane.
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“Escutas ilegais”
O advogado está confiante na absolvição de Nelson Goetten e de Cristiane. Brasil disse ter obtido recentemente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, considerando que as provas obtidas pela polícia no caso (escutas telefônicas e depoimentos) teriam sido consideradas ilegais e não teriam valor no processo. O DC não teve acesso a suposta decisão por causa do sigilo do processo.
– As descobertas que tivemos nesse caso são de arrepiar. Foi uma injustiça evidente a prisão de Nelson Goetten e vamos provar a sua inocência – afirmou o advogado.
A Deic também desconhece a suposta decisão. O delegado responsável pelo inquérito, Renato Hendges, lembrou que as escutas foram autorizadas pela Justiça de Itapema e quando Goetten não era mais parlamentar.
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O advogado afirmou que Goetten fará um livro assim que sair da prisão. Será um relato das supostas ilegalidades que afirma ter sofrido desde o ano passado.