Assisti estarrecida no primeiro turno à resposta do candidato à Presidência Levy Fidélix para a também candidata Luciana Genro sobre o motivo de casais homossexuais, transgêneros e lésbicas não serem considerados por alguns como família. Não houve resposta e sim um espasmo homofóbico contaminado de ódio, desprezo e desumanidade que estimula o preconceito e a violência pré-existente. Sobre o tema, além de o candidato desconhecer totalmente, percebe-se que se deixa tomar por uma ira irascível quando se fala em família formada por iguais, pois entende que família somente se origina de homem e mulher com o objetivo precípuo de reprodução, e afinal “aparelho excretor não reproduz” e ” dois iguais não fazem filhos”.
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No auge de seu destempero, brada colericamente que bem fez o papa quando expurgou um pedófilo, equiparando-os aos cidadãos de orientação homoafetiva. Todavia, o cerne da questão no discurso do candidato e que nos leva a uma profunda reflexão é o seu chamamento aos que também professam da mesma ojeriza aos homoafetivos, quando clama: “Somos maioria, vamos enfrentar essa minoria. Vamos enfrentá-los”. Ora, talvez ele tenha trazido à baila uma prova cabal da urgência em aprovar a criminalização da homofobia.
Morre um gay a cada 28 horas no Brasil, segundo o relatório do Grupo Gay da Bahia 2013/2014, e o Brasil ascende à primeira posição entre todas as nações mundiais. “Se Deus é brasileiro, ao que parece o diabo também ganhou a nacionalidade e vem criando uma sociedade machista, misógina e sexista, que despreza o feminino, exalta a masculinidade e repudia tudo que foge as regras da heterossexualidade”, aponta o mencionado relatório.
Combater e criminalizar a homofobia é medida que se impõe! Amanhã pode ser o seu filho, seu irmão, ou alguém tão próximo, que você entenderá que o amor não nasce somente entre sexos diferentes, mas sim que ele está e estará sempre acima de tudo, em qualquer maneira de senti-lo.
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