A advogada do correspondente do Washington Post Jason Rezaian, preso e julgado no Irã por espionagem, pediu nesta terça-feira a libertação do jornalista, depois do acordo nuclear alcançado entre Teerã e as grandes potências, informou a agência Fars, próxima aos conservadores.
Continua depois da publicidade
Rezaian, de 39 anos e com dupla nacionalidade iraniana e americana, correspondente no Irã do jornal americano há dois anos, foi detido em julho de 2014 em sua casa em Teerã.
Diante da “nova situação criada pelo acordo (nuclear de Viena, pedi ao juiz que declare a absolvição de meu cliente”, comunicou Leila Ahsan, advogada de Rezaian.
Desde sua prisão, Rezaian compareceu a portas fechadas três vezes – em maio, junho e julho – diante do tribunal revolucionário de Teerã, uma corte especializada que julga os casos políticos ou que afetam a segurança nacional.
Rezaian é acusado de espionagem, recolhimento de informação confidencial, colaboração com governos hostis e propaganda contra o regime.
Continua depois da publicidade
Detido na prisão de Evin, no norte de Teerã, o jornalista desmente categoricamente estas acusações.
A detenção de Jason Rezaian provocou novas tensões entre o Irã e os Estados Unidos, que não mantêm relações diplomáticas desde 1980.
Washington fez um apelo às autoridades iranianas para que o jornalista fosse libertado, mas Teerã, que não reconhece sua dupla nacionalidade, afirmou que o caso é completamente iraniano e ressalta a independência do sistema judicial iraniano.
O secretário de Estado americano John Kerry declarou ao canal de televisão MSNBC que fez referência ao caso do jornalista todos os dias durante as negociações nucleares com seu colega iraniano Mohammed Javad Zarif.
* AFP