Mar cinza ou com cor de chocolate. Brisa que se transforma em vento forte, carregado de areia. Muita gente disputando um pequeno espaço. Por mais que as famílias adorem ir ao litoral norte gaúcho e que as condições do clima algumas vezes ajudem os veranistas, todo mundo sabe que nossa orla nem sempre presenteia os visitantes com água clara e tempo perfeito. Para quem tem crianças, nesta época, uma piscina ou um parque aquático podem ser as melhores opções para diversão.

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A convite do Clubinho, programa de Zero Hora que concede descontos em atividades culturais para crianças e permite a participação em promoções, os irmãos Cristiano, cinco anos, e Mariana Dallonder Gomes, 12 anos, foram levados ao Marina Park, em Capão da Canoa, para brincar. Entre uma descida e outra pelos tobogãs e um mergulho nas piscinas e cascatas artificiais, a dupla comprovou o alerta dos pediatras: crianças precisam estar bem instruídas e ser acompanhadas pelo olhar atento dos adultos, porque a diversão não pode se transformar em acidente.

– Eles percorrem os brinquedos, pulam, se aventuram nas descidas. Um dia de diversão exige protetor solar e um lanche leve à tarde – aconselha a mãe das crianças, Juliane Oliveira.

Além de cuidar da alimentação, que deve passar longe dos exageros, os adultos devem estar sempre atentos às peripécias dos pequenos na água para evitar afogamento, considerado a segunda causa de morte em crianças na faixa etária de um a 14 anos. Para aquelas que estão começando a andar, por exemplo, três dedos de água representam um grande risco. Assim, elas podem se afogar em piscinas de todos os tamanhos e até em baldes e banheiras.

– Cada brinquedo de um parque tem um risco. É preciso vigilância com a altura e o peso da criança. Os adolescentes, principalmente, não podem fazer exageros nas brincadeiras com os amigos. E sempre tenha em mente: água no umbigo sinal de perigo – afirma João Carlos Batista Santana, intensivista pediátrico.

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Pular da borda da piscina sem conhecer a profundidade também pode ser perigoso. As crianças podem bater a cabeça no fundo se ela for muito rasa, o que pode trazer consequências graves e até a morte, diz o coordenador dos programas sociais da Operação Golfinho, Major Eduardo Biacchi Rodrigues. Então, converse com seu filho antes de levá-lo à piscina, negocie limites e fique atento às brincadeiras. Só assim o verão e as férias serão felizes para todos.

A regra geral é uma só: onde houver água, há risco para as crianças. Por isso, os adultos devem sempre supervisioná-las, mesmo aquelas que sabem nadar e quando estiverem em locais considerados rasos, e ensiná-las a respeitar as placas de sinalização.

Boias e brinquedos infláveis podem representar riscos e dar a impressão de falsa segurança – eles podem estourar ou virar a qualquer momento e serem levados pela correnteza. Para evitar transtornos, o ideal é usar sempre um colete salva-vidas quando próximos a rios, mares, lagos e piscinas. Além disso, é sempre conveniente que a criança faça aulas de natação para aprender a nadar.

Cuidados com a segurança

Em piscinas:

:: Devem ser protegidas com cercas de, no mínimo, 1,5 metro que não possam ser escaladas e portões com cadeados ou trava de segurança que dificultem o acesso dos pequenos. Redes de proteção ou lonas bem fixas à piscina também previnem acidentes.

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:: Alarmes e capas de piscina garantem mais proteção, mas não eliminam o risco de acidentes. Esses recursos devem ser usados em conjunto com as cercas e a constante supervisão dos adultos.

:: Saiba quais os amigos ou vizinhos têm piscina em casa e, quando seu filho for visitá-los, certifique-se de que será supervisionado por um adulto enquanto brinca na água.

:: Evitar brinquedos e outros atrativos próximos à piscina e aos reservatórios de água.

:: Ensine seus filhos, principalmente os adolescentes, a não brincar de empurrar, dar “caldo” dentro da água ou simular que está se afogando.

Em parques aquáticos:

:: Quedas, traumas cranianos e queimaduras de sol podem ser alguns riscos que as crianças correm quando vão a parques aquáticos e não recebem supervisão dos adultos.

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:: Confira se há salva-vidas cuidando das piscinas e se a água é tratada.

:: Para evitar acidentes, retire anéis, colares e brincos das crianças.

:: Incentive seu filho a beber bastante líquido para evitar desidratação. Na hora do lanche, opte por alimentos leves, como frutas, e evite as tradicionais frituras de parques, como pastéis e coxinhas, e aguarde cerca de uma hora para liberá-los de volta à água.

:: Em piscinas e toboáguas é preciso ficar atento com aspiradores imersos na água. A sucção pode prender cabelos longos e trazer graves consequências, inclusive a morte por afogamento.

No mar:

:: Converse com o salva-vidas para saber quais os melhores locais de banho e para evitar correntes (repuxos), que estão sempre mudando. O ideal é que a criança fique com a água pela canela e seja sempre acompanhada dos pais. Algumas ondas podem chegar de repente e derrubar a criança.

:: A criança que brinca com pranchas e boias deve receber atenção dobrada dos adultos, principalmente porque objetos flutuantes podem levá-la a águas mais profundas.

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:: Evite bebidas alcoólicas na beira da praia. Os adultos devem estar sempre de prontidão em caso de qualquer incidente.

:: Para quem vai à praia com crianças muito pequenas, a solução é colocar uma piscininha com água salgada perto de onde está o adulto, de preferência embaixo do guarda-sol.

Fontes: Benjamin Roitman, pediatra, João Carlos Batista Santana, intensivista pediátrico, major Eduardo Biacchi Rodrigues, coordenador dos programas sociais da Operação Golfinho, e site Criança Segura (www.criancasegura.org.br)