Com dois anos completos de mandato, o prefeito de Joinville, Adriano Silva (Novo), diz estar contente com os resultados obtidos no mandato, critica a “burocracia” no Estado, tem a área da saúde como principal desafio de seu governo e diz que tentará a reeleição em 2024. A reportagem do AN conversou, de modo exclusivo, com o chefe do Executivo joinvilense, para ouvir avaliações, expectativas e desafios no cenário municipal. 

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Eleito em outubro de 2020, Adriano Silva destaca que conseguiu montar uma equipe de secretários mesmo em uma situação delicada, quando Joinville havia registrado enchentes e, semanas após a posse, o início da pandemia da Covid-19. 

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— Com todo esse caos de início de governo, conseguimos alinhar um time que faz entregas. Muitas vezes, os secretários pertencem a alas ideológicas partidárias diferentes e geram briga por ego e poder. Isso atrapalha. A prefeitura é co-dependente uma da outra — analisa.

Apesar de ressaltar qualidades, o prefeito diz ficar irritado com o que classifica como “burocracias” na gestão pública. Para ele, o tópico dificulta avanços em obras, por exemplo, do Palácio das Orquídeas. 

— Já deveriam estar sendo executadas, mas é uma lentidão, a demora no poder público é cansativa — lamenta. 

Prefeito cita “alinhamento ideológico de propósitos” com a Câmara

Com maior parte da Câmara de Vereadores de Joinville (CVJ) próxima do governo municipal, Adriano Silva diz que o bom relacionamento com a Casa é reflexo do voto do joinvilense, que buscou a renovação no Executivo e Legislativo. Dos 19 vereadores, 15 estão no primeiro mandato. 

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Adriano Silva discursa em atividade na Câmara de Joinville (Foto: Câmara de Vereadores de Joinville, Divulgação)

Além disso, o prefeito cita que há um “alinhamento ideológico de propósitos” entre ele e os vereadores. 

— São poucos embates que a gente tem em relação a projetos. A maioria entendeu que era melhor deixar o governo trabalhar com as equipes técnicas, porque o vereador, na sua região, também entrega serviço — pontua.

Recentemente, também ao AN, o presidente da CVJ, Diego Machado (PSDB), disse que a atual composição da Casa dá total governabilidade para o prefeito Adriano Silva, mas com liberdade para discordar quando necessário. 

— Existe uma independência, com liberdade para olhar no olho do prefeito e dizer: ‘não concordamos com esse projeto. Precisamos discutir mais’ — destaca.

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O termo ‘independência’ também é citado pelo prefeito.

— Independência política e opinativa existe, mas a gente consegue ter uma política republicana, democrática — acrescenta. 

Saúde é ponto crítico da gestão

Durante a gestão de Adriano Silva, Joinville registrou problemas na saúde pública, incluindo filas em Unidades Básicas de Saúde (UBSs), demora para atendimento no Hospital Infantil e ser a quarta cidade do país com mais casos de dengue. Para o prefeito, a área é a mais crítica. 

— Sem dúvidas a saúde sempre foi um desafio. Nós começamos [o mandato] na pandemia, uma grande guerra. É diferente de guerra ‘real’, que ficam marcas nas paredes de tiros, bombas — reflete.

Por que Adriano Silva foi citado no debate da Globo

Ele cita que durante a pandemia as cirurgias eletivas ficaram paradas por dois anos e, apesar da diminuição de casos de Covid-19, a cidade sofreu com o aumento de síndromes gripais e respiratórias, mas sem o orçamento que o governo federal ofereceu durante a pior fase da crise sanitária. 

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Adriano critica o fato do Hospital São José ter as contas bancadas apenas por Joinville, já que atende pacientes de diversas cidades da região. 

— Hoje temos, em alguns pontos, falta de pessoas, mas quando olho as contas do município, nós estamos batendo quase 40% de investimento em saúde, e quase 51% de gastos em pessoal, que é o limite que nós temos de responsabilidade fiscal. Você fica amarrado — fala. 

Para ele, é fundamental que o governo estadual assuma parte ou integralmente os custos do hospital. 

Futuro do mandato e tentativa de reeleição

De acordo com Adriano Silva, a ideia de se candidatar em 2024, buscando a reeleição para prefeito de Joinville, está certa. Para ele, a decisão se trata de dar continuidade aos trabalhos realizados até agora. 

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— Tomei a decisão de ser prefeito por amar a minha cidade, ver que precisava resgatar o orgulho do joinvilense por ela — expressa. 

Até a próxima disputa eleitoral, porém, o político do Novo ressalta que deve cumprir projetos na cidade, principalmente obras de infraestrutura, como as pontes da rua Nacar, a que deve ligar os bairros Adhemar Garcia e Boa Vista; parques itinerantes nas zonas Sul e Leste, além do Parque Porto Cachoeira, na região central. 

— Essas são as principais obras que esperamos executar nos próximos dois anos — finaliza.

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