Certa vez, em meio a um show no Salão de Atos da UFRGS, Adriana Deffenti deixou escapar um palavrão escabroso. No camarim, disseram à cantora, já conhecida por sua carreira na MPB, que “Pô, uma cantora fina não pode fazer isso“. Foi aí que ela percebeu que estava de saco cheio de todo o ambiente em que estava inserida. A saída foi migrar para o rock:

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– Ai, que saco, sabe? Cansei de ser boazinha, fina. Ser cantora de MPB é uma m…, aquele estereótipo de figura feminina frágil, delicada, romântica.

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Ainda que a mudança pareça repentina, Adriana conta que estava desde 2009 planejando – e descartando o que não a empolgava mais.

– Fazia um repertório, montava o show, apresentava e pensava “Não é isso que quero, está parecido com o que fiz no segundo disco“. Fiquei, durante um longo período, desanimada, fazendo coisas por dinheiro. Agora, faço algo que me empolga e que me dá vontade de gravar de novo – desabafa a cantora, que apresenta nesta quinta, no Ocidente, o show Onde Anda o Rock?n?roll, só com versões para músicas do rock gaúcho.

Ao lado da agora roqueira Adriana Deffenti, compõem a banda – batizada de Os Vitais – Rodrigo Fischmann (bateria), Nicola Spolidoro (guitarra), Diego Lopes (teclado) e Luciano Albo (baixo). Eles vão cantar e tocar músicas famosas na voz de artistas como Bidê ou Balde, Acústicos & Valvulados, Bandaliera, Júlio Reny, Liverpool e Cartolas (que originalmente gravou a música que dá nome ao show). Tudo isso no lendário palco do Ocidente, maior testemunha da história do que se convencionou chamar de rock gaúcho.

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– Fiz questão de que fosse lá, porque é a raiz de tudo. Tem a ver também com esses loucos na minha volta: se eu não enlouqueço junto, eles me engolem.

Adriana Deffenti

Nesta quinta, às 22h.

Ocidente (João Telles, esquina Osvaldo Aranha)

O show: Adriana Deffenti canta versões de clássicos do rock gaúcho, como Amor e Morte, Me Leva pra Casa, Mesmo que Mude e Por Favor, Sucesso.

Ingressos: R$ 25. Ponto de venda: no local, a partir das 21h.

Duração: 1h