Quando entrar na pista do Complexo Esportivo João Havelange para a disputa dos Jogos Parapan-Americanos de 2007, Ádria Santos estará comemorando 20 anos de carreira. Neste período, a velocista mineira de 32 anos construiu uma biografia recheada de títulos e conquistas. Foram quatro medalhas de ouro e oito de prata em cinco Paraolimpíadas, quatro títulos mundiais e muitos recordes.

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Atualmente, Ádria detém as melhores marcas paraolímpicas dos 100 e 200 metros com os tempos de 24s99 e 12s34. No Brasil é a mais rápida também nos 400 metros, com 57s46. Velocidade sempre foi o forte da paraatleta, que quebrou o primeiro recorde logo em sua estréia nas pistas. Ainda disputando a categoria T12 (percepção de vultos), Ádria registrou o melhor tempo de uma corredora nacional nos 200 metros com 29s06. A data do feito ela não lembra com precisão, mas foi, em suas palavras, “em algum dia de outubro de 1987, em uma pista de Curitiba”. Tinha, na época, 13 anos.

– Foi ali que eu tive certeza de que tinha condições de seguir no esporte. Sempre gostei de correr e nunca achei que minha deficiência visual pudesse atrapalhar em algo. Depois daquele dia, nunca mais parei – diz a mineira radicada em Joinville (SC).

Por conta de uma doença degenerativa, Ádria foi perdendo a visão ao longo dos anos. Ficou completamente cega em 1994, o que a forçou uma troca de categoria. A mudança exigiu maior carga de treino, mas a adaptação não foi difícil. Prova disso é que, dois anos depois, conquistou medalha de prata nos 100, 200 e 400 metros das Paraolimpíadas de Atlanta.

Consolidada como a principal velocista do paraatletismo nacional, Ádria treina pesado para manter a escrita de vitórias no Parapan. Na primeira edição do torneio, realizada em Mar del Plata no ano de 2003, Ádria conquistou ouro nos 100 metros. Agora, diante de sua torcida, quer ir mais longe.

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– Estou fazendo um trabalho forte de resistência desde o final do ano passado. Passarei a enfatizar a velocidade depois. Vou disputar duas provas (100 e 200 metros) e espero subir ao pódio em ambas – finalizou Ádria.