O adolescente de 16 anos que teria feito um pacto de suicídio com o namorado aguarda na delegacia de Sombrio uma vaga para internação em um Centro de Internação Provisória (CIP) de Santa Catarina. Segundo o delegado da Polícia Civil de Sombrio, Luis Otávio Pohlmann, o pedido de internação provisória para internação foi expedido e o jovem ficará na delegacia até a transferência.

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– Ele só pode ficar cinco dias apreendido na delegacia, caso não tenha vaga para transferência deverá ser liberado na sexta-feira (dia 22) – disse o delegado.

De acordo com a assessoria, o juiz Evandro Volmar Rizzo que decidirá a respeito da transferência do adolescente não falará sobre o caso pelo fato de o processo correr em segredo de Justiça. O local para onde o adolescente for encaminhado não será divulgado.

A reportagem tentou contato com a promotora Elizandra Sampaio Porto, da 2ª Promotoria de Justiça de Sombrio, mas foi informada pela assessoria que a promotora também não fará comentários pelo mesmo motivo apontado pelo juiz.

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O internamento, de acordo com o Departamento de Administração Socieducativa de SC (Dease), consiste em afastar o adolescente do convívio sócio-familiar antes da sentença, pelo prazo máximo de 45 dias.

No Centro de Atendimento Socioeducativo Provisório (Casep) de Criciúma estão internados 19 adolescentes entre 14 a 18 anos. A lotação máxima do local é de 20 jovens.

No Estado são 14 programas de Internamento Provisório. Em São José, Lages e Chapecó a administração é do Governo Estadual através do Departamento de Justiça e Cidadania/Secretaria de Justiça e Cidadania/Secretaria de Segurança Pública e Defesa do Cidadão.

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Já os CIP´s de Blumenau, Caçador, Concórdia, Criciúma, Curitibanos, Itajaí, Joaçaba, Joinville, Rio do Sul, São José do Cedro, Tubarão e Xanxerê são administrados entre o Governo do Estado e entidades da Sociedade Civil.

O caso

Dois jovens de 16 anos teriam feito um pacto de suicídio em Sombrio, no Sul de SC, e um deles acabou morrendo. Segundo a confissão de um dos jovens, o acordo entre eles era para que um ajudasse o outro a morrer. Quando um deles morreu, possivelmente asfixiado, o outro ficou assustado e tentou pedir ajuda. O jovem que desistiu do pacto confessou o acordo e foi apreendido. Os dois meninos teriam um relacionamento amoroso há pelo menos quatro meses.

Anderson Sartori, coordenador geral da instituição de ensino onde os dois estudavam, conta que um professor viu o adolescente saindo do banheiro na tarde de segunda-feira, dia 18, com uma atitude estranha. Depois que o docente o viu, o menino voltou para o banheiro. Em seguida, o professor foi atrás dele, encontrou o outro estudante morto e chamou a polícia.

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Uma seringa e uma agulha estavam ao lado do corpo que, segundo o delegado Pohlmann, apresentava sinais de asfixia, estocadas de agulha e marcas de arranhões no pescoço.

Como o jovem envolvido no pacto é menor de idade, ele deverá responder pelo o que a polícia tecnicamente considera um ato infracional de homicídio doloso, quando há intenção de matar.

Em nota de pesar, a instituição lamentou a morte do estudante Arthur Hobold da Rosa, da turma do 2º ano do Curso Técnico em Informática integrado ao Ensino Médio.

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