A atitude de um menino de 15 anos que matou o próprio pai com uma faca de cozinha na manhã de sábado, na zona Sul de Joinville, está sendo considerado pelas autoridades policiais e judiciárias da cidade como uma grande tragédia familiar que merece atenção do Estado.
Continua depois da publicidade
:: Leia mais sobre Joinville e região em A Notícia
O rapaz desferiu um único golpe de faca no pescoço do pai, um homem de 47 anos, durante uma briga. O pai estaria agredindo a mãe do garoto por causa de ciúmes.
– Eu classificaria como uma tragédia, uma violência que fugiu do controle – disse a delegada Tânia Harada, da delegacia de Proteção à Mulher, à Criança, ao Adolescente e ao Idoso de Joinville.
Continua depois da publicidade
O garoto não chegou a passar pelo atendimento da delegacia especializada porque tudo foi tratado no plantão do fim de semana da Polícia Civil e do Fórum.
Logo após acertar a facada no pescoço do pai, o jovem teria saído atordoado com a faca na mão até a casa ao lado dizendo, “tio, matei o pai”.
O Samu foi chamado imediatamente, mas não deu tempo de salvar a vítima. O rapaz foi apreendido em flagrante e conduzido para a Central de Polícia e à Justiça.
Continua depois da publicidade
O promotor da Vara de Infância e Juventude que estava de plantão, Ricardo Paladino, considerou que não era caso de internação para medida socioeducativa.
Ele também entendeu que o menino agiu em legítima defesa de terceiro, da mãe, e o liberou com acompanhamento da mãe. O garoto vai ficar em casa e um acompanhamento deve ser feito pelo Conselho Tutelar da zona Sul.
Se houver necessidade de acompanhamento psicológico, a família deve ser atendida pelo Estado.
A conselheira tutelar Patrícia Ribeiro Gomes, que atende à zona Sul, disse que o trabalho a ser feito a partir de agora vai depender da decisão da Justiça. O menino e a mãe devem voltar a ser ouvidos durante o processo.
Continua depois da publicidade
Segundo a Polícia Civil, não havia qualquer histórico de violência entre os pais do garoto e nenhum registro de delito ou crime anterior cometido pelo menino. O casal estava junto havia mais de 15 anos.