Eduardo Gomes, o adolescente de 14 anos morto atropelado em Blumenau no começo da noite do último sábado (20), voltava de uma tarde no parque quando o acidente aconteceu. O motorista, com sinais de embriaguez, fugiu depois de atingir o menino e o amigo dele, mas foi encontrado em uma festa e preso.
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Andrea Del Mestre é mãe de João, de 12 anos, que estava com Eduardo no momento do atropelamento. João teve o reflexo de pular no momento em que viu o carro e sofreu uma fratura no pé, mas está bem fisicamente. Psicologicamente, porém, o garoto segue em choque, conta a mulher.
Melhores amigos, João e Eduardo se conheceram quando a família Del Mestre se mudou para Blumenau, há cinco anos, e nunca mais se desgrudaram. Os dois frequentavam a mesma escola e de vez em quando passavam as tardes dos finais de semana jogando bola no Parque Ramiro Ruediger junto com outros jovens.
— A gente começou a deixar eles irem sozinhos ao parque neste ano, sempre conversando sobre os perigos do trânsito. Eles faziam tudo direitinho, atravessavam na faixa… — conta Andrea.
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Apesar do cuidado dos adolescentes, o Volkswagen Nivus os atropelou na faixa de pedestre. Ferido, Eduardo caiu a metros do local do choque e não resistiu. O condutor de 29 anos não prestou socorro e continuou o trajeto até a casa onde morava, no bairro Passo Manso.
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Em seguida, o motorista pegou uma moto e foi até uma festa entre amigos nas proximidades da Rua Dona Ema, no bairro Água Verde — mesma região do acidente. Ele chegou sem contar o que havia acontecido e pretendia seguir a confraternização em Balneário Camboriú. A Polícia Militar e Guarda Municipal fizeram buscas e o abordaram ainda naquela noite no evento. Ao saber do caso, os participantes da festa colaboraram com os agentes, disse a PM.
O homem negou fazer o teste do bafômetro, mas teria confirmado a ingestão de bebida alcoólica. Na carteira dele havia também dois comprimidos de ecstasy. Levado para a delegacia, foi autuado por homicídio culposo qualificado pela circunstância de embriaguez, por lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, pela fuga do local do crime e por não prestar socorro às vítimas.
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Enquanto os militares o procuravam para entregá-lo à Polícia Civil, a mãe de Eduardo, que o viu acidentado, gritava em desespero. Irmão de outros três, o garoto era descrito como um menino querido e extremamente educado:
— Era um doce, tímido e sempre muito comportado — lamenta Andrea.
O corpo de Eduardo foi sepultado em Blumenau no domingo (21). Ele morava na Água Verde com a família e frequentava o sétimo ano de uma escola estadual. O motorista responsável pelo atropelamento permanecerá preventivamente no presídio do município, decidiu a Justiça.
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