Uma adolescente que trabalha em um restaurante de um shopping no Bom Retiro, zona Norte de Joinville, permanece internada em estado grave no Hospital Infantil Jeser Amarante. Ela levou 15 facadas de uma colega de trabalho quando voltava para casa na noite de quinta-feira. O motivo do crime, segundo a Polícia Civil, foi passional.

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A agressão ocorreu por volta das 22h30, segundo a Polícia Militar.A garota, de 16 anos, teve o pescoço, o tórax e o abdômen perfurados. O crime ocorreu em uma praça próxima ao shopping e à avenida Santos Dumont.

Após ser socorrida por uma ambulância do Samu, ela foi levada para o Hospital Municipal São José. Foi operada três vezes durante a madrugada. Segundo o clínico-geral que atendeu a ocorrência pelo Samu, Pedro Stacio Stumm, as cirurgias serviram para drenar os dois pulmões que foram atingidos, e para tratar as lesões provocadas no abdômen.

O delegado que formalizou o flagrante da tentativa de homicídio, Leonardo Marcondes Machado, conta que a jovem de 19 anos, suspeita de cometer o crime, confessou ter esfaqueado a garota em depoimento na Central de Polícia.

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-Ela afirmou que desferiu as facadas na garota em razão de uma discussão por causa de um relacionamento amoroso. Ela suspeitava de traição entre a colega de trabalho e o namorado-, relata o delegado.

De acordo com Leonardo, a suspeita disse que chegou no shopping às 21h40 e convidou a vítima para acompanhá-la na saída do trabalho. Logo no início do trajeto, uma discussão teria a motivado a dar as facadas na colega. Quatro pessoas que estavam perto da praça testemunharam o crime e devem ser chamadas para depor no início da próxima semana.

A suspeita também disse em depoimento, conforme o delegado, que não tinha a intenção de matar a colega. Elas trabalhavam juntas há cerca de um mês. Após cometer o crime, a suspeita fugiu em um mototáxi para a sua casa no bairro Iririú.

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Ela foi presa pela PM na residência, depois de confirmar o crime para os policiais e mostrar a faca usada, que ainda estava suja de sangue. A suspeita foi transferida para o Presídio Regional de Joinville na manhã desta sexta-feira.

Faltou UTI no Hospital São José

A vítima da tentativa de homicídio trouxe à tona, mais uma vez, o problema da falta de leitos de UTI em Joinville. Após ser submetida a três cirurgias, a garota, que está entubada e respira com auxílio de aparelhos, deveria ter sido transferida para uma unidade de terapia intensiva, mas como os 14 leitos do Hospital Municipal São José estão ocupados, ela permaneceu internada em uma das cinco salas do centro cirúrgico até o início da noite de sexta.

Só no fim da tarde, veio a notícia de que a garota seria transferida para um leito de UTI do Hospital Infantil durante a noite. No meio da tarde, a Central de Regulação de Leitos havia conseguido vagas de UTI em três hospitais da região Norte, mas o médico não recomendou a transferência por causa do estado delicado de saúde da menina.

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A assessoria do Hospital São José informou que a adolescente ficou no centro cirúrgico porque neste espaço há todos os recursos de uma UTI. No entanto, com a vaga ocupada, algumas cirurgias eletivas que estavam agendadas para a sexta-feira tiveram de ser adiadas. O São José conta atualmente com 14 leitos de UTI.