Após 58 dias detida em um abrigo para adolescentes em Miami, nos Estados Unidos, V.L.S., de 16 anos, desembarcou na manhã desta quinta-feira no Aeroporto Internacional de São Paulo, na Grande São Paulo. Autorizada nesta quarta-feira a retornar ao Brasil, a estudante disse que não pretende mais voltar aos EUA.
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– Nenhum lugar é tão bom quanto a casa da minha mãe – desabafou ao regressar.
V. saiu da capital paulista na noite de 26 de novembro. Ela pretendia visitar uma parente, que vive em Miami há dez anos, ir à Disney e assistir a um show do cantor sertanejo Luan Santana. A garota tinha passaporte e visto para turista em ordem, mas se esqueceu de alguns documentos. Como viajou sem os pais, ela precisava apresentar uma carta, escrita em inglês, que transferia sua guarda temporariamente para a tia-avó, Marli Volpenhein.
Agentes da imigração que trabalham no Aeroporto de Miami estranharam o fato de a adolescente ter programado a passagem de volta para 26 de maio, 180 dias após o início da viagem – seis meses é o prazo máximo de estada para um turista. Além disso, a estudante não tinha como comprovar como manteria os custos da viagem. A suspeita era de que a jovem pretendesse trabalhar no país.
Por ser menor de idade, V. ficou sob tutela do Estado americano e foi encaminhada para um abrigo chamado Children’s Village. Lá, frequentou a escola, destinada a imigrantes, e teve acompanhamento de uma assistente social. Na semana passada, V. foi, com os outros adolescentes do abrigo, a uma apresentação do Cirque du Soleil.
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Até as 20h da quarta-feira (23) a mãe de V., a balconista Alexsandra Aparecida da Silva, de 36 anos, ainda não havia sido informada oficialmente do horário que a jovem chegaria a São Paulo. O serviço consular entrou em contato com ela ao longo da tarde e disse que voltaria a telefonar quando os dados do voo fossem liberados pelas autoridades americanas.
– Minha filha me ligou de madrugada toda feliz falando que ia voltar para casa. Não aguentei de emoção. Nem acredito que esse dia finalmente chegou – comemorou Alexsandra.
Até a primeira semana do mês, a balconista não sabia o motivo da detenção de V. nem quando ela seria liberada. As esperanças de Alexsandra aumentaram quando o Consulado Brasileiro em Miami confirmou que uma audiência da Corte de Imigração dos Estados Unidos fora marcada para o dia 31. A viagem foi antecipada, porém, porque a estudante disse que não pretendia mais visitar o país.