Um adolescente de 15 anos morreu na terça-feira (30) após sofrer um acidente com picada de cobra no último sábado (27). O menino era morador de São Francisco do Sul, chegou a receber atendimento médico, mas não resistiu e morreu no hospital.

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Segundo informações de amigos da família, durante a noite de sábado o menino estaria brincando com um grupo de amigos quando se escondeu em um local de mata. Neste momento, ele teria deitado sobre a cobra e sofrido a mordida. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES), a serpente em questão seria do gênero Botrophs, ou seja, uma jararaca ou jararacuçu.

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O Hospital e Maternidade Municipal Nossa Senhora da Graça recebeu o paciente ainda no sábado. Na ocasião, ele foi internado em observação, conforme protocolo do Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Santa Catarina (Ciatox). O órgão deve ser obrigatoriamente acionado nesses casos e a equipe médica monitora a evolução do paciente constantemente.

Na manhã da segunda-feira (29), o menino apresentou piora dos sintomas e sinais e foi transferido para o Hospital Infantil de Joinville, que é referência na região. Conforme o amigo da família, ele não resistiu e morreu na unidade.

Nas redes sociais, familiares e amigos lamentaram o incidente. “Você vai fazer muita falta”, publicou um parente da vítima. A escola onde ele estudava também emitiu uma nota de pesar: “seu jeitinho alegre permanecerá em nossa memória.”

O velório do adolescente acontece ao longo desta quarta-feira (1) na Capela Mão Amiga. Por volta das 16h, o corpo segue para sepultamento no Cemitério Municipal.

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Acidentes com cobras

Segundo o biólogo Alcio Schlickmann, picadas de cobras peçonhentas em partes mais nobres do corpo são mais perigosas. Na cabeça, por exemplo, fica mais perto do cérebro.

— Vão injetar toxina mais próxima de órgãos vitais. […] Nas costas, dependendo da altura, pode provocar lesões no coração, pulmão, ou mesmo rins, e um agravamento do quadro. Outro fator que pode agravar a situação é o tempo que se leva para chegar no atendimento médico. Quanto mais rápido for o atendimento médico, maior é a probabilidade de se reverter o quadro com a aplicação do soro antiofídico — explica.

Porém, Schlickmann explica que dificilmente estes animais mordem em locais acima dos joelhos. As partes do corpo com maior probabilidade de acidentes são os pés, pernas e as mãos, caso a pessoa esteja manuseando o local onde a cobra está.

— Mais um fator que pode provocar risco são as condições do entorno das residências. As serpentes, principalmente as jararacas, são predadoras. Elas caçam mamíferos e outros animais de pequeno porte. Então, se o entorno da casa estiver com uma vegetação alta, tiver locais que sirvam de esconderijo ou para alimentação de roedores, você começa a ter uma elevação do risco de confronto com serpentes, porque elas vão para esses locais para caçar. Então isso pode ser um fator de risco também — destaca.

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O que fazer em caso de picada?

Conforme o biólogo, é sempre importante que, de alguma forma, o animal seja identificado. 

— Lógico que é preferível, ambientalmente falando, se evitar a morte do animal, mas é o que acontece na maior parte das vezes, o pessoal acaba levando a cobra morta para o hospital, embora lá dificilmente tenham pessoas especializadas em fazer a identificação desses bichos. Pelos sintomas, porque as diferentes espécies, os diferentes gêneros de serpentes costumam ter toxinas de ações diferentes, eles acabam definindo o tipo de soro que vai ser usado — cita.

O especialista explica que, após a picada, a pessoa deve buscar atendimento médico imediato para receber o soro antiofídico apropriado ao tipo de toxina que resultou no acidente. Depois de receber o soro, são monitorados os sinais vitais e a evolução do quadro clínico do paciente.

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