Adilson Bastista esteve nos camarotes do Orlando Scarpelli na tarde de domingo e pode ver de perto o desempenho do time que comandará em 2013. Em sua segunda passagem pelo clube, o treinador terá a missão de conquistar o Campeonato Catarinense e levar o time de volta à elite. Em outras palavras, Adilson chega para recolocar o alvinegro nos trilhos e fazer com que a torcida esqueça o ano de 2012, marcado por tragédias.

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Em 2005, Adilson assumiu o time na zona de rebaixamento, conseguiu a permanência na Série A e de quebra arrumou a casa para, em 2006, o Figueirense conquistar o Campeonato Catarinense e fazer uma de suas melhores campanhas.

Oito anos depois, o treinador retorna à Florianópolis para, novamente, assumir um Figueirense em processo de reformulação, como ele mesmo define.

– É uma situação atípica. A reformulação acontecerá em todos os setores – garantiu o treinador.

Mais experiente e mais tranquilo, Adilson não tem tido descanso: ao lado do coordenador de Futebol Leandro Niehues, ele trabalha para montar a equipe ideal, que terá alguns garotos da base, como Jean Deretti, Bruno Nazário e Ryan, e jogadores mais conhecidos no cenário nacional, que ainda estão para chegar.

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– Queremos um time rápido, objetivo e comprometido. Temos garotos muito bons, mas precisamos de jogadores qualificados, com histórico e com vontade de crescer profissionalmente – diz o treinador, ciente de que precisará ter paciência no início de trabalho.

Em visita a Florianópolis, o novo técnico do Figueirense, que ainda reside em Curitiba, conversou com exclusividade com o Diário Catarinense, por telefone, e abriu o jogo: se sente mais preparado do que em 2005, na primeira passagem. Ele retornou para a capital paranaense na noite da última segunda-feira e, na próxima vez que voltar à Ilha, será para ficar de vez.

– O Figueirense representa muito na minha carreira e eu quero retribuir isso, assim como fiz da outra vez.

Confira a entrevista

Diário Catarinense _ No domingo, você estava no Orlando Scarpelli. Qual foi a sua avaliação sobre os garotos do Figueirense?

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Adilson Batista _ Eles jogaram contra um adversário bem colocado e com jogadores experientes, mas não se intimidaram , começaram o jogo muito bem, atuaram com desenvoltura e mostraram qualidade técnica. Esses jogadores precisam aproveitar essa oportunidade e não podem ter uma cobrança muito grande. Precisam jogar com tranquilidade para mostrar potencial.

DC – E qual será o papel deles em 2013? Você acha que eles podem sentir o peso da responsabilidade de tirar o time da série B?

Adilson _ No ano que vem haverá uma mescla. A ideia é fazer um time competitivo, com alguns jogadores conhecidos no mercado, mas dentro da realidade financeira no clube. Eles não vão sentir porque a Série B é lá na frente, ainda temos um período para avaliar e aproveitar os jogadores que derem o retorno esperado.

DC _ Quer dizer que mais algumas contratações virão pela frente. Que jogadores você chegou a indicar à diretoria?

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Adilson – A gente tem um esboço, algumas situações foram passadas pela diretoria e nós temos que acatar. Mas já estamos trabalhando com alguns nomes, sim. Infelizmente, eu não posso falar nomes porque isso é uma questão interna, que envolve valores e outros clubes que podem se interessar pelos jogadores.

DC _ E qual deve ser a cara do Figueirense em 2013?

Adilson _ Queremos um time rápido, que tenha um futebol objetivo e que tenha comprometimento e responsabilidade, procurando respeitar o clube, a instituição e o torcedor. Espero que possamos fazer bons jogos nesse começo e que o torcedor volte a ficar contente com o time. É preciso ter paciência no início, por se tratar um novo grupo, muito jovem. O torcedor precisa colaborar.

DC _ O Figueirense deve terminar a Série A com a defesa mais vazada, foram 69 gols sofridos até o momento. É na zaga que está o ponto fraco do time?

Adilson – A zaga sofreu muitas mudanças durante a competição, não houve a manutenção de uma dupla. Mas eu não estava aqui, então prefiro não comentar essa situação por uma questão ética.

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DC _ E você já terá o time ideal no início do Catarinense?

Adilson – Nós estamos trabalhando. O Leandro Niehues está atuando incansavelmente nas ligações. Eu queria ter todos aqui já em um primeiro momento, mas é claro que podemos ter um atraso em algumas situações. De qualquer forma, a ideia é ter o grupo completo em janeiro para darmos início ao trabalho já no estadual.