O jovem recém-contratado técnico do Avaí, Adilson Batista, de 34 anos, apresentado na manhã desta terça-feira, dia 30 de julho, no Estádio da Ressacada, consegue unir duas características que costumam ser conflitantes: carreira curta e fama de vencedor. Para chegar a este status, ainda momentâneo, o treinador teve que obter 100% de aproveitamento em seus clubes anteriores.

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Desde que abandonou precocemente a também vitoriosa carreira de jogador, Adilson comandou apenas duas equipes. No segundo semestre de 2001, fez a sua estréia na nova profissão no Mogi Mirim e levou o time do interior paulista para a Série B do Campeonato Brasileiro, após terminar como vice-campeão da Série C. E no primeiro semestre deste ano, foi campeão potiguar pelo América-RN.

– No Brasil não se dá muita importância para o segundo colocado, mas o acesso do Mogi Mirim para a Série B foi uma grande conquista – comenta.

A estrela de Adilson fica ainda mais evidente em função da diferença do trabalho realizado nos dois times. Enquanto no Mogi Mirim foi um projeto de seis meses, o contrato com o América-RN durou apenas dois meses. Nesse período, disputou 14 jogos, sofreu apenas uma derrota, encerrou o jejum de vitórias sobre o rival ABC que durava desde 1999 e levou um título que a equipe não conquistava desde 1996.

O zagueiro que percorreu a elite do futebol brasileiro durante mais de 10 anos – defendeu Grêmio, Cruzeiro, Internacional, Atlético-MG, Corinthians e Atlético-PR – teve que encerrar a carreira aos 32 anos, em função de uma grave lesão no joelho direito, sofrida em 2000.

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– Preferi parar, para não agravar o problema – resume.

Em vez de se conformar e colher os louros de sua trajetória recheada de conquistas – como os títulos do Brasileiro e da Libertadores, pelo Grêmio, e Mundial, pelo Corinthians – fez um curso de treinador e correu atrás de experiência, realizando estágios com vários técnicos, entre eles, o pentacampeão mundial Luiz Felipe Scolari.

O tempo é curto até a estréia na Série B do Campeonato Brasileiro e Adilson se apressa. Com a colaboração do auxiliar Ivair – campeão paulista e vice-campeão brasileiro pelo Bragantino, como jogador -, do supervisor Itá e do preparador físico Marco Aurélio Ávila, vai avaliar os jogadores e sugerir vários reforços, além de, lógico, indicar diversas dispensas no grupo que atualmente conta com 31 atletas.

– Vou me reunir com a minha comissão técnica e vamos analisar a situação do elenco, para projetar as contratações – explicou.

No próximo sábado, o Avaí enfrenta o Guarani, de Venâncio Aires, na Ressacada, na última rodada da Seletiva da Sul-Minas, em partida para cumprir tabela. Para Adilson, no entanto, o jogo vale, e muito. Vai servir como teste da equipe e para observação de vários jogadores. Mas não deve ser suficiente.

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– Vou pedir para a diretoria acertar um jogo-treino no meio da próxima semana para fecharmos a nossa preparação para a Série B – anunciou.