Crianças jogando bola na rua, em frente a casas quase iguais. Esse é o retrato do Adhemar Garcia, um bairro jovem pela idade média da população e pela criação recente, a partir da construção do Conjunto Habitacional Adhemar Garcia, na década de 1980.
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A região, transformada em bairro em 2005, tem um morador, muito conhecido, que faz parte da sua história: Osni Vieira, dono do Bar do Vieira, um ponto de referência, na rótula de acesso ao bairro. Osni mudou-se do Itaum para a região há 41 anos, depois de casar com Amélia, muito antes da construção do conjunto habitacional que dá nome ao bairro.
– Era só mato, não tinha luz, tanto que, quando comecei o comércio, minha geladeira era a querosene – lembra.
Depois, aquela imensa área começou a ser tomada pelas moradias populares padronizadas, que formavam sequências de telhados e casas iguais. Uma paisagem que tem se modificado ao longo do tempo. Uma coisa não mudou: o bairro continua sendo preferencialmente residencial e com uma população jovem. Segundo pesquisa de 2008 do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Joinville (Ippuj), 91% dos cerca de 10,5 mil moradores têm menos de 40 anos.
Um lugar tranquilo, onde as crianças e adolescentes, que representam a maior parte da população, ainda podem brincar na rua. São crianças como Luan Roberto Nunes, 12 anos, que mora na rua Willy Buchart. Ele acompanha o crescimento do bairro e, se questionado sobre o que mais gosta no lugar, responde rápido: dos amigos. Só na rua onde mora, tem uma dúzia deles para jogar bola. Alguns deles são Mateus, Lucas e Elinai. E assim, todas as tardes, a turma de vizinhos costuma brincar de “unzinho”, jogo no qual só é necessário uma trave e em que cada participante só pode dar um toque na bola.
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Na maioria das vezes, o portão da casa do amigo Mateus Schroeder da Silva, 13 anos, vira gol, e a calçada, a área do goleiro. Existe um campinho a poucos metros, mas eles preferem a rua.
– No campinho, tem espinhos – reclama Luan.
O pedido do garoto é que o campo seja melhorado e vire sede de campeonatos. Os amigos de futebol concordam com a reivindicação.