O drama dá lugar ao mistério e ao riso. Cidades de Papel, segunda adaptação cinematográfica de John Green, chega ao cinema com potencial para arrancar muito mais gargalhadas do que lágrimas das plateias, bem diferente do anterior A Culpa É das Estrelas, que se tornou sucesso de bilheteria ao contar a história de um casal de jovens que precisa enfrentar o câncer.
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O novo longa, no entanto, não deixa de guardar similaridades com A Culpa… Além de contar com a mesma produtora, a Temple Hill Entertainment, o protagonista é Nat Wolff, que interpretava Isaac, amigo cego do casal da produção anterior.
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Nat é Quentin Jacobsen – Q, para os íntimos -, jovem nerd que alimenta uma paixão platônica pela vizinha e colega de classe Margo Roth Spiegelman (Cara Delevingne). Diferentemente do pacato Q, Margo é popular no colégio e tem um largo histórico de fugas de casa. A garota surpreende o colega ao aparecer em sua janela e pedir que ele pegue o carro dos pais e saia com ela em uma aventura para se vingar do ex-namorado e de amigos infiéis. A missão é um sucesso, e Q chega a alimentar a esperança de se aproximar mais de Margo nos dias seguintes. Então, ela desaparece.
Apesar do sumiço, Margo deixa pistas de onde possa estar, levando Q a segui-las na esperança de encontrar a garota. Nessa tarefa, ele conta com os amigos Radar (Justice Smith) e Ben (Austin Abrams). A química do trio funciona, e é responsável pelos momentos mais engraçados – Abrams é especialmente bom em arrancar gargalhadas do público.
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Como um bom filme com foco no público adolescente, a missão – neste caso, encontrar Margo – serve como pano de fundo para que os personagens cultivem valores e amadureçam para entrar na vida adulta. Nesse ponto, no entanto, o filme não consegue ser tão habilidoso quanto o livro que lhe deu origem. Nas páginas de Green, o fim da idealização de Q sobre Margo é o ponto alto da narrativa, demonstrando que amigos, paixões e ídolos são tão humanos quanto o leitor, sujeitos a erros, acertos e carências. Já na tela são os laços entre Q e os amigos que acabam tomando o foco principal, descambando em alguns momentos para o sentimentalismo fácil.
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Trata-se de um bom filme para adolescentes, mas que dificilmente conseguirá cativar um público de outras faixas etárias, como eventualmente conseguem os romances de Green.
Assista ao trailer de Cidades de Papel:
CIDADES DE PAPEL
De Jake Schreier
Romance, EUA, 2015, 113min, classificação não indicada.
Cotação: 3 de 5 estrelas