Os acusados de matar e decapitar Alan Rodrigues dos Santos vão a júri popular nesta quinta-feira (4), em Joinville. A sessão acontece no Fórum da Comarca, a partir das 9 horas. Dois anos depois do crime, Pablo Corrêa Rodrigues, Fernando Tobler e Daniel Antonio dos Santos sobem ao banco dos réus por envolvimento no assassinato. Eles são apontados pela denúncia do Ministério Público (MP) como participantes diretos da decapitação.

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Os três serão julgados por homicídio qualificado, com emprego de meio cruel e mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima; ocultação de cadáver; vilipêndio e por integrar organização criminosa. O julgamento será presidido pelo juiz Gustavo Henrique Aracheski, titular da Vara do Tribunal do Júri.

A denúncia do Ministério Público apontou que em 29 de março, por volta das 17h30, a vítima saiu de casa e foi a um ponto de venda de drogas no bairro Profipo. Neste local, Alan foi rendido por um dos réus com uso de uma arma de fogo. Ele foi dominado e esfaqueado no tórax quatro vezes, causando-lhe perfurações no pulmão. Após a agressão, ele foi asfixiado com um cabo de energia elétrica.

O corpo de Alan foi levado até o bairro Itapocu, em Araquari, onde foi decapitado com o uso de um facão. A cabeça da vítima foi transportada por Pablo e Fernando em uma motocicleta até a rua Nossa Senhora de Fátima, no bairro Vila Cubatão, onde foi abandonada dentro de uma mochila. Além dos três envolvidos, um adolescente também respondeu por ato infracional relacionado ao crime.

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O que diz a defesa

De acordo com Jonathan Moreira dos Santos, advogado de defesa de Fernando Tobler, o réu negou as acusações desde o início do processo e afirmou que não tem nenhuma participação no delito. Portanto, em plenário, a tese sustentada será a de negativa de autoria.

— O que a investigação apurou é que, dentro do presídio, foi interceptada uma carta (sobre o crime) com o nome do Fernando, dizendo que teria participado do fato. Nas duas vezes em que ele foi ouvido negou essa autoria e não tem nenhuma participação com os fatos — afirma.

Já Pedro Wellington Alves da Silva, advogado de Daniel, disse que a tese consistirá em demonstrar aos jurados que ele não tem qualquer participação no crime. Daniel negou participação e, segundo o advogado, a única prova contra ele é que morava na casa onde a vítima foi morta.

O advogado de Pablo, Antônio Luiz Lavarda, foi contatado pela reportagem, mas até a publicação não havia retornado o contato.

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Relembre o caso

Alan foi morto em março do ano passado
Alan foi morto em março do ano passado (Foto: Arquivo Pessoal)

Por volta das 23h30 do dia 30 de março, uma cabeça foi encontrada por populares em frente ao posto de saúde do bairro Vila Cubatão. A vítima foi identificada como Alan Santos, de 24 anos. A cabeça estava dentro de uma mochila preta e envolta em uma sacola de mercado. A bolsa foi encontrada por uma senhora e um vigilante que passavam pelo local.

O corpo de Alan foi encontrado na noite do mesmo dia em Araquari. À época do crime, o pai da vítima, Neri Azevedo Santos, disse que o filho fazia bicos como pintor. Filho de pais religiosos, Alan frequentou a igreja evangélica por muitos anos. Quando completou 15 anos, começou a se envolver com as drogas e foi ficando cada vez mais distante da religião

O pai também relatou que, no dia do assassinato, Alan recebeu uma ligação e saiu de moto dizendo que ia ao bairro Ulysses Guimarães. Com a demora do filho, Neri passou a ligar no celular do jovem para saber onde ele estava. Por volta das 19 horas, o aparelho já se encontrava fora de área e Alan nunca mais retornou.

O inquérito policial foi concluído pela Polícia Civil dois meses após o crime, indiciando os três envolvidos na morte de Alan. Eles permanecem presos desde maio de 2017.

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