Pouco mais de dois anos depois de um crime que chocou Joinville e região, três homens foram condenados pela decapitação de Alan Rodrigues dos Santos, 24 anos. O jovem foi morto em 29 de março de 2017 por asfixia e, depois, teve a cabeça e o corpo separados. Três adultos e um adolescente foram apontados como autores dos crimes contra Alan.
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Nesta quinta-feira (4), depois mais de 11 horas de julgamento em sessão no Fórum de Joinville, Pablo Corrêa Rodrigues foi condenado a 22 anos e seis meses; Fernando Tobler a cinco anos e dois meses e Daniel Antonio dos Santos a 24 anos e seis meses. A sessão do Tribunal do Júri foi presidida pelo juiz Gustavo Aracheski.
Eles foram julgados por crimes de homicídio qualificado, com emprego de meio cruel e mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima, ocultação de cadáver, vilipêndio e por integrar organização criminosa. Pablo e Daniel foram condenados por todos os crimes.
O Conselho de Sentença entendeu Fernando não teve participação direta no homicídio e, por isso, a pena estabelecida foi menor, por destruição de cadáver e organização criminosa.
A sentença foi informada às 20h25min desta quinta. Os três homens negaram participação no homicídio e os três advogados de defesa afirmaram que o processo não continha prova suficiente. Com isso, requereram a absolvição dos réus.
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Durante o julgamento, o promotor de Justiça, Marcelo Sebastião Netto, destacou o passo a passo do crime, que teve grande repercussão na época, ainda mais porque os vídeos da decapitação da vítima circularam maciçamente pelas redes sociais.
O adolescente que também teria participado do crime respondeu por ato infracional relacionado ao fato. Ele foi levado ao Case e cumpriu medida de internação naquele ambiente.
Relembre o caso:
Por volta das 23h30min do dia 30 de março, uma cabeça foi encontrada por populares em frente ao posto de saúde do bairro Vila Cubatão. A vítima foi identificada como Alan Santos, 24 anos. A cabeça estava dentro de uma mochila preta e envolta em uma sacola de mercado. A bolsa foi encontrada por uma senhora e um vigilante que passavam pelo local.
O corpo de Alan foi encontrado na noite do mesmo dia em Araquari. À época do crime, o pai da vítima, Neri Azevedo Santos, disse que o filho fazia bicos como pintor.
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Filho de pais religiosos, Alan frequentou a igreja evangélica por muitos anos. Quando completou 15 anos, acabou se envolvendo com drogas e foi ficando cada vez mais distante da religião
O pai também relatou que, no dia do assassinato, Alan recebeu uma ligação e saiu de moto dizendo que ia ao bairro Ulysses Guimarães. Com a demora do filho, Neri passou a ligar no celular do jovem para saber onde ele estava. Por volta das 19 horas, o aparelho já se encontrava fora de área e Alan nunca mais retornou.
O inquérito policial foi concluído pela Polícia Civil dois meses após o crime, indiciando os três envolvidos na morte de Alan. Eles permanecem presos desde maio de 2017.