Apontado pela Polícia Federal como operador da propina da Odebrecht, Bernardo Schiller Freiburghaus já aparece na lista de procurados da Interpol nesta sexta-feira, após nova fase da Operação Lava-Jato, que resultou nas prisões dos presidentes da companhia e da Andrade Gutierrez. Segundo a Polícia Federal (PF), Freiburghaus “cortou os laços” com o Brasil e está na Suíça.
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Construtora do RS é suspeita de simular contrato para pagar propina
Conforme o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, as duas empreiteiras agiam de forma mais sofisticada no esquema de corrupção e fraude em licitações da Petrobras. O diferencial, de acordo com ele, foi comprovado por meio de pagamentos de propina a diretores da estatal em contas no Exterior.
Para juiz da Lava-Jato, novo pacote de concessões pode servir à corrupção
– Há indicativos suficientes para que fossem pedidas as prisões preventivas – disse o procurador, que citou os diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco como os destinatários dos pagamentos.
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E-mails e delações levaram presidente da Odebrecht à prisão
Na 14ª etapa da investigação, batizada de Operação Erga Omnes, foram cumpridos oito mandados de prisão preventiva, quatro de prisão temporária, nove de condução coercitiva e 38 de busca e apreensão, em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Entre os presos estão Marcelo Odebrecht e Otávio Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez.
De acordo com a PF, há indícios de fraude à licitação, cartel e corrupção em obras públicas fora da Petrobras, como na usina nuclear de Angra 3. No entanto, a operação deflagrada nesta sexta-feira se baseou somente nas irregularidades cometidas na petrolífera.
Não é apenas mais uma fase da Lava-Jato
Propinas de até R$ 720 milhões
Os detidos serão levados para a carceragem da PF, em Curitiba, ainda nesta sexta-feira. De acordo com o delegado da Polícia Federal Igor Romário de Paula, a propina dos contratos com a Odebrecht seria de R$ 510 milhões, apesar de o número ser “muito especulativo”, enquanto a Andrade Gutierrez seria responsável por movimentar outros R$ 210 milhões no esquema. A PF ressaltou, na entrevista, que a Odebrecht tinha “grande poder de influência” na cartelização ocorrida na Petrobras.
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– A Odebrecht vem negando as irregularidades, mas documentos provam o contrário. A colaboração esperada de uma empresa que enfrenta um problema como esse deveria ser diferente – disse o delegado.
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O Ministério Público Federal (MPF) informou que Suíça, Panamá e Mônaco foram os países usados para movimentação financeira dos suspeitos dessa nova fase da Lava-Jato, com ajuda dos operadores Fernando Soares (o Fernando Baiano) e Mario Frederico de Mendonça Goes. Ambos foram presos em fases anteriores da Lava-Jato. O MPF acredita que as empresas estavam envolvidas “como um todo” na cartelização e fraude de licitações.
Lava-Jato chega a sua 14ª fase; relembre as etapas anteriores da operação:
Saiba quem são os presos da Erga Omnes:
– Marcelo Odebrecht (preventiva): Presidente da Odebrecht
– Rogério Santos de Araujo (preventiva): Executivo da Odebrecht
– Márcio Faria da Silva (preventiva): Executivo da Odebrecht
– Otávio Marques de Azevedo (preventiva): Presidente da Andrade Gutierrez
– João Antônio Bernardes (preventiva): Ex-diretor da Odebrecht
– Alexandrino Alencar (temporária): Executivo da Odebrecht
– Antônio no Pedro Campelo de Souza (temporária): Executivo da Andrade Gutierrez
– Flávio Lucio Magalhães (temporária): Executivo da Andrade Gutierrez
– Cristiana Maria da Silva Jorge (temporária): Prestava consultoria para a Odebrecht
– Elton Negrão (preventiva): Executivo da Andrade Gutierrez
Tiveram a prisão preventiva decretada e ainda não foram presos:
– Paulo Roberto Dalmazzo (preventiva): Executivo da Odebrecht
– César Ramos Rocha (preventiva): Executivo da Odebrecht
Veja abaixo detalhes da entrevista coletiva:
Os fatos que marcaram a operação: